Coppola e seu épico 'Megalopolis' chegam finalmente a Cannes
"Megalopolis", o aguardado filme da lenda do cinema Francis Ford Coppola, será exibido nesta quinta-feira (16) em Cannes, onde disputa a Palma de Ouro.
Uma obra-prima ou uma história caótica? Os poucos críticos que tiveram a oportunidade de assistir o longa-metragem ficaram divididos antes da cerimônia de gala, que promete reunir estrelas de Hollywood, lideradas pelo protagonista Adam Driver.
Diretor de obras-primas como "Apocalypse Now", com o qual conquistou sua segunda Palma de Ouro há 45 anos, Coppola é um cineasta que não faz as coisas pela metade.
Para "Megalopolis", com estrelas como Dustin Hoffman, Nathalie Emmanuel, Aubrey Plaza, Shia LaBeouf e Jon Voight, precisou hipotecar propriedades, devido ao orçamento de cerca de 120 milhões de dólares (600 milhões de reais), segundo a imprensa especializada.
O filme narra os esforços de um renomado arquiteto para recuperar uma cidade em decadência, diante da oposição do líder local.
Coppola declarou em entrevistas que há 40 anos pensa nesta obra, que já reescreveu diversas vezes. "Eu queria fazer um filme sobre como o ser humano expressa o divino", afirmou há cinco anos.
"Eu diria que é o filme mais ambicioso no qual trabalhei, mais do que 'Apocalypse Now'", disse o diretor de 85 anos.
Há um mês, Coppola perdeu a esposa, Eleanor, seu apoio incondicional há mais de seis décadas, também neste último projeto, dedicado a ela.
- Um momento de nostalgia -
Cannes viverá momentos de nostalgia no tapete vermelho desta 77ª edição, já que, além de Coppola, há vários mestres de sua geração, dentro e fora da competição oficial.
Paul Schrader, diretor de "Gigolô Americano", de 77 anos, concorre com "Oh, Canadá", também estrelado por Richard Gere.
George Lucas, que acaba de completar 80 anos, receberá a Palma de Ouro honorária, como Meryl Streep, 74 anos, homenageada no dia de abertura do festival.
George Miller, criador de "Mad Max", apresentou na quarta-feira, fora da competição, "Furiosa", mais um capítulo da saga.
Coppola ganhou sua primeira Palma de Ouro em 1974 com "A Conversação".
Seu legado não é apenas visual. Coppola faz parte de uma geração que mudou a forma de financiar o cinema em relação à época dos grandes estúdios.
"Acho admirável que este homem de 85 anos se comporte como um cineasta independente, como um artista que quer mostrar o seu trabalho. Cannes é importante para ele e ele é importante para Cannes", considera Thierry Frémaux, diretor da mostra.
O diretor da trilogia "O Poderoso Chefão" filmou seu longa anterior, "Twixt", em 2011.
(L.Svenson--DTZ)