Deutsche Tageszeitung - Acapulco segue incomunicável após passagem do furacão Otis

Acapulco segue incomunicável após passagem do furacão Otis


Acapulco segue incomunicável após passagem do furacão Otis
Acapulco segue incomunicável após passagem do furacão Otis / foto: © NOAA/AFP

A passagem do poderoso furacão Otis deixou, nesta quarta-feira (25), o porto de Acapulco, no Pacífico mexicano, incomunicável, com estradas bloqueadas e cortes de energia, o que impediu o governo de determinar a extensão dos danos.

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"Até agora não temos dados sobre perdas de vidas humanas, mas não há comunicação (...), há danos materiais, estradas quebradas; a própria rodovia que chega a Acapulco tem deslizamentos de terra", disse o presidente Andrés Manuel López Obrador durante sua habitual coletiva de imprensa matinal.

Às 15h GMT (12h de Brasília), o centro do furacão, que tocou o solo à 00h local com ventos mais fortes a 250 km/h (categoria 5), estava 160 km a noroeste do popular balneário, com ventos sustentados de 130 km/h (categoria 1) e se deslocava a uma velocidade de 17 km/h, segundo o relatório do Centro Nacional de Furacões dos Estados Unidos (NHC, na sigla em inglês).

O presidente acrescentou que seu governo trabalha para restabelecer a comunicação na zona afetada, enquanto um comboio com ajuda humanitária, liderado pelos ministros da Defesa, Marinha, Segurança e Comunicações, partiu para o porto por via terrestre, devido à impossibilidade de se chegar por avião.

"O urgente é atender a população afetada. Ainda não temos a avaliação dos danos, porque não há comunicação", disse a coordenadora nacional da Defesa Civil, Laura Velázquez, ao canal Milenio.

A funcionária insistiu em que, por enquanto, é impossível informar o número de mortos, ou feridos.

"O setor naval e o setor de Sedena (Defesa) também foram gravemente afetados", acrescentou Vázquez, que também viaja no comboio.

O sul do México foi atingido por "ventos fortes" e "chuvas intensas" que podem provocar inundações e deslizamentos de terra, acrescentou o NHC.

A estatal de energia elétrica CFE informou que conseguiu restabelecer o fornecimento a 40% dos mais de 504 mil usuários afetados no estado, a maioria deles em Acapulco.

Usuários das redes sociais e mídias locais compartilharam vídeos do momento em que palmeiras, árvores e mobílias urbanas foram atingidas pelo vento e pela chuva. Alguns deles registravam lojas danificadas, janelas destruídas pela força do vento e turistas que colocaram camas e colchões como proteção às janelas dos hotéis, enquanto outros se abrigavam nos banheiros.

O furacão perderá força rapidamente em seu deslocamento pela zona montanhosa do estado de Guerrero (sul) e pode se dissipar ainda nesta quarta-feira.

O fenômeno ganhou uma força inesperada em poucas horas, pois ao meio-dia de terça-feira ainda era uma tempestade tropical, o que pegou de surpresa as autoridades e os moradores dos estados afetados, em particular Guerrero.

"Poucas vezes, segundo os registros, um furacão se desenvolve tão rápido e com tanta força", observou López Obrador.

- Zona de risco -

Em Acapulco, muitos moradores compraram água e alimentos de última hora, enquanto empresas e residências protegiam suas janelas, cobrindo-as com madeira, ou com fita adesiva em forma de X.

O porto registra uma ocupação hoteleira de 50%, afirmaram representantes do setor, que pediram aos turistas que permaneçam em seus hotéis. O governo habilitou mais de 500 abrigos para moradores que vivem em áreas de risco.

Nas áreas próximas à costa de Guerrero também há muitas comunidades consideradas de alto risco diante dos fenômenos naturais, por sua precariedade e por estarem localizadas em montanhas.

O governo local suspendeu as aulas e adiou a apresentação do relatório anual de gestão.

Em 9 de outubro de 1997, Acapulco foi atingida pelo furacão Paulina, que tocou o solo como um furacão de categoria 4, deixando mais de 200 mortos, um dos mais letais da história do México.

(W.Uljanov--DTZ)