Inundações na Itália deixam nove mortos e cancelam GP da Fórmula 1
As inundações causadas por tempestades no norte da Itália deixaram nove mortos e levaram ao cancelamento do Grande Prêmio da Fórmula 1 previsto para o próximo fim de semana.
Autoridades regionais confirmaram nesta quarta-feira (17) que nove pessoas morreram na região de Emilia-Romagna devido às inundações, que destruíram localidades inteiras.
Ruas de várias localidades ficaram submersas após a chuva abundante, que levou ao transbordamento de uma dezena de rios. Moradores ficaram isolados e procuraram refúgio em telhados.
Segundo o ministro da Defesa Civil, Nello Musumeci, 50.000 pessoas ficaram sem energia elétrica, e cerca de 5.000 foram resgatadas com a ajuda de botes infláveis e de helicópteros. "Nada será como antes, porque esse processo de tropicalização que está subindo da África agora afeta também a Itália", acrescentou.
O presidente regional, Stefano Bonaccini, afirmou que havia muitos desaparecidos. Já o coronel Paolo Capizzi, do serviço meteorológico da força aérea, disse à AFP que a recorrência de fenômenos climáticos extremos “pode ser uma consequência das mudanças climáticas em curso”.
A Itália sofreu episódios de seca nos últimos meses. "Mais cedo ou mais tarde, o déficit hídrico é preenchido, mas, às vezes, muito rapidamente", explicou Capizzi.
Na madrugada de hoje, moradores dos arredores de Forli, cidade onde foi registrada a primeira morte, tiveram que fugir descalços e com água até o peito. "Isto é o fim do mundo", publicou no Facebook o prefeito Gian Luca Zattini.
- GP cancelado -
As enchentes levaram ao cancelamento do GP da F1 que aconteceria na Emilia-Romagna.
"Depois das conversas entre a Fórmula 1 (...) as autoridades competentes, incluindo os ministros envolvidos (...) o presidente da região da Emilia-Romagna, o prefeito da cidade e o promotor, decidiu-se que o Grande Prêmio não acontecerá em Imola", anunciou o promotora da F1, a Formula One, em um comunicado, sem especificar se a corrida será remarcada até o final da temporada.
“É uma decisão responsável, devido à situação que vivem as cidades e vilas da região. Não seria justo aumentar a pressão sobre as autoridades locais e sobre os serviços de emergência em um período difícil”, continua o texto.
"A situação é crítica. Ainda temos horas difíceis pela frente", advertiu Matteo Gozzoli, prefeito da cidade de Cesenatico, na costa do Adriático.
A primeira-ministra italiana, Giorgia Meloni, declarou que o governo está "pronto para intervir com a ajuda necessária".
Há duas semanas, a região da Emilia-Romagna foi atingida por fortes chuvas, que causaram inundações e deslizamentos de terra. Duas pessoas morreram.
A chuva que castiga a Itália também provocou inundações no outro lado do mar Adriático, na Croácia e na Bósnia. Até o momento, não há informações de vítimas fatais nestes países.
(U.Kabuchyn--DTZ)