G7 se reúne pressionado para reforçar sua ação climática
Os ministros de Energia e Meio Ambiente dos países do G7 começaram, neste sábado (15), dois dias de difíceis negociações em Sapporo, norte do Japão, onde se espera que cheguem a compromissos ante a urgência climática.
O clube formado por Canadá, França, Alemanha, Itália, Japão, Reino Unido e Estados Unidos está sob pressão para mostrar unidade e intensificar a ação, após o último e alarmante divulgado no mês passado pelo Painel Intergovernamental sobre Mudança Climática da ONU (IPCC, na sigla em inglês).
Segundo o IPCC, o aquecimento global causado pela atividade humana fará as temperaturas médias subirem 1,5°C em relação à era pré-industrial, a partir de 2030-2035.
Também se espera, desse encontro, que o Grupo dos Sete marque a pauta contra o aquecimento global neste ano de importantes reuniões, como a cúpula do G20, na Índia, e da COP28, em Dubai.
- 'Importantes avanços' -
“Há importantes avanços” no comunicado conjunto do G7 que está sendo finalizado, e que representa uma “mensagem positiva”, disse a ministra francesa da Transição Energética, Agnès Pannier-Runacher, à imprensa, neste sábado.
“Pela primeira vez, o G7 diz que é preciso acelerar a saída de todos os combustíveis fósseis" quando não estiverem acompanhados de dispositivos de captura e de armazenamento de suas emissões de CO2, sublinhou.
"É um grande passo à frente", acrescentou.
Várias ONGs temiam que a reunião ministerial levasse a um retrocesso em matéria de compromissos climáticos, principalmente, pelas posições conservadoras do país anfitrião.
Em grande medida dependente da importação de combustíveis fósseis, o Japão queria aproveitar a oportunidade para reivindicar novos investimentos no setor do gás em nome da "segurança energética", em meio aos transtornos provocados nessa área pela invasão russa da Ucrânia iniciada no ano passado.
Em 2022, o G7 decidiu tolerar investimentos em gás como uma resposta "provisória" às "circunstâncias excepcionais" relacionadas com a guerra na Ucrânia.
O Japão também queria que o G7 reconhecesse sua polêmica estratégia de usar hidrogênio e amônia como combustíveis para suas centrais de carvão e gás.
"É necessário trabalhar para o objetivo comum da neutralidade de carbono com diferentes abordagens, segundo as circunstâncias de cada país", declarou hoje o ministro da Economia, Comércio e Indústria do Japão, Yasutoshi Nishimura.
O Japão não atingiu seu objetivo, porém.
"Chegamos a um compromisso razoável", que se concentra na dimensão de "curto prazo" dos imperativos de fornecimento de gás, disse Pannier-Runacher.
Um rascunho do comunicado conjunto que deve ser divulgado no domingo, ao qual a AFP teve acesso, pede a restrição de investimentos no setor e que se priorize "a transição para energias limpas, por meio da economia de energia e redução da demanda de gás ".
(P.Hansen--DTZ)