Deutsche Tageszeitung - 'Não sou antivacina', diz Robert Kennedy Jr. no Senado americano

'Não sou antivacina', diz Robert Kennedy Jr. no Senado americano


'Não sou antivacina', diz Robert Kennedy Jr. no Senado americano
'Não sou antivacina', diz Robert Kennedy Jr. no Senado americano / foto: © AFP

Robert F. Kennedy Jr., nomeado pelo presidente Donald Trump como secretário de Saúde, declarou nesta quarta-feira (29), perante o Senado americano, que não é "antivacina", mas sim a favor da segurança, se distanciando de seu histórico de compartilhar desinformação sobre as vacinas.

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Citando um livro que escreveu em 2014 perante os senadores que devem confirmá-lo no cargo, Kennedy disse: "A primeira linha deste livro diz 'Eu não sou antivacina', e a última linha diz 'Eu não sou antivacina'".

Se ratificado, o ex-advogado ambiental de 71 anos liderará uma pasta com mais de 80 mil funcionários e um orçamento de US$ 1,7 trilhão (quase R$ 10 trilhões na cotação atual), no momento em que cientistas alertam que a gripe aviária pode desencadear uma pandemia humana.

Seus críticos argumentam que ele não possui qualificações, citando suas declarações infundadas que ligam as vacinas infantis ao autismo ou que o vírus HIV não causa Aids. Ele também foi acusado de alimentar o movimento contra vacinas para sarampo em uma visita a Samoa em 2019, meses antes de um surto mortal.

"O Sr. Kennedy abraçou teorias da conspiração e charlatanismo, especialmente sobre a segurança e a eficácia das vacinas, e tornou o trabalho de sua vida em semear dúvidas e desencorajar os pais a vacinarem seus filhos", considerou o senador democrata Ron Wyden na audiência.

"A imprensa afirma que sou antivacina e um anti-indústria. Não sou nem um nem outro, sou alguém a favor da segurança", respondeu Kennedy.

Na audiência, ele também abordou a questão do aborto e disse que apoiava o fim do financiamento de tais procedimentos nos Estados Unidos e no exterior.

"Concordo com o presidente Trump que todo aborto é uma tragédia. Concordo com ele que não podemos ser uma nação com moral se registrarmos 1,2 milhão de abortos por ano", disse, sem citar a fonte desta estatística.

O centro de pesquisa de saúde reprodutiva do Guttmacher Institute estima que houve cerca de 1 milhão de abortos nos EUA em 2023.

(A.Nikiforov--DTZ)