Deutsche Tageszeitung - Votação da nova Comissão Europeia evidencia divisão entre eurodeputados

Votação da nova Comissão Europeia evidencia divisão entre eurodeputados


Votação da nova Comissão Europeia evidencia divisão entre eurodeputados
Votação da nova Comissão Europeia evidencia divisão entre eurodeputados / foto: © AFP

A votação que aprovou, nesta quarta-feira (27), a nova Comissão Europeia, presidida pela alemã Ursula von der Leyen, deixou em evidência uma notória divisão nos principais blocos políticos no Parlamento Europeu.

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A Comissão foi aprovada por 370 votos a favor, 282 contra e 36 abstenções, sendo a primeira vez desde 1995 que a equipe no comando do poder Executivo da UE obteve menos de 400 votos para sua aprovação.

A diferença de 88 votos foi o resultado mais apertado verificado nestas eleições desde 1995, quando a Comissão, presidida pelo social-cristão luxemburguês Jacques Santer foi aprovada por 417 a 104 votos, com 59 abstenções.

A votação desta quarta-feira foi possível porque os blocos do Partido Popular Europeu (PPE, direita), do S&D (centro esquerda) e Renew (liberais de centro) selaram um acordo e desativaram um bloqueio político que ameaçou todo o processo.

O processo havia sido bloqueado pelas objeções do S&D e do Renew à designação do italiano Rafaelle Fitto, do partido ultradireitista Irmãos da Itália, como um dos vice-presidentes da Comissão.

Em contrapartida, o PPE foi contrário à designação da socialista espanhola Teresa Ribera como primeira-vice-presidente, e desta forma todo o processo ficou em ponto morto.

O acordo entre os três blocos permitiu a remoção das objeções, mas não curou as feridas.

Nesta quarta, cerca de 20 legisladores social-democratas não acataram a diretriz de aprovar a nova Comissão e preferiram votar contra, em protesto contra a presença de Fitto como um dos vice-presidentes.

O mesmo ocorreu entre os Verdes, com 30 votando a favor e outros 19, contra. Houve seis abstenções.

No bloco do PPE também houve muitos votos contrários, em sua maioria dos legisladores do Partido Popular (PP) espanhol, em protesto contra a nomeação de Ribera.

Enquanto isso, o bloco de extrema direita Conservadores e Reformistas (ECR, ao qual pertence o partido de Fitto) votou majoritariamente contra, embora os legisladores italianos desta bancada tenham votado a favor.

(A.Nikiforov--DTZ)