Deutsche Tageszeitung - Conselho da Europa pede que países adotem noção de consentimento nas definições de estupro

Conselho da Europa pede que países adotem noção de consentimento nas definições de estupro


Conselho da Europa pede que países adotem noção de consentimento nas definições de estupro
Conselho da Europa pede que países adotem noção de consentimento nas definições de estupro / foto: © AFP/Arquivos

“Muitos países europeus” ainda não adotaram a noção de consentimento em suas definições de estupro, afirmou, nesta segunda-feira (25), Alain Berset, secretário-geral do Conselho da Europa.

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Em uma declaração, Berset pediu aos países europeus que implementem a Convenção de Istambul, que completou dez anos em 2024.

De acordo com esse tratado, que busca acabar com a violência de gênero, a definição de estupro é baseada na ausência de consentimento livre, diferente das “definições tradicionais de estupro, baseadas no uso da força".

Essa é uma “diferença importante” para considerar o que vivem as mulheres e meninas que sofrem violências sexuais, explicou Berset no contexto do Dia Internacional para a Eliminação da Violência contra as Mulheres.

“Recentemente, Finlândia, Dinamarca, Bélgica e Espanha modificaram a definição de estupro em suas legislações para adaptá-las” às disposições do tratado, destacou.

A noção de consentimento está no centro de um processo amplamente divulgado na França, o caso de Mazan, onde 51 homens estão sendo processados por terem estuprado Gisèle Pelicot, previamente drogada por seu marido, entre 2011 e 2020, na casa do casal no sudeste do país.

Atualmente, o código penal francês define o estupro como um "ato de penetração sexual, de qualquer natureza, ou qualquer ato buco-genital, cometido com violência, coerção, ameaça ou surpresa".

O Conselho da Europa criticou essa definição em 2019 em um relatório do Grupo de Especialistas sobre o Combate à Violência contra as Mulheres e à Violência Doméstica (Grevio).

Lamentou que "a definição de agressões sexuais e estupro não seja baseada na ausência de consentimento livre, mas exija o uso de violência, coerção, ameaça ou surpresa".

(U.Stolizkaya--DTZ)