Human Rights Watch acusa Israel de 'crime de guerra' por 'transferência forçada' em Gaza
A organização Human Rights Watch disse em um relatório divulgado nesta quinta-feira (14) que as repetidas ordens de evacuação israelenses em Gaza constituem um "crime de guerra de transferência forçada" e "limpeza étnica" em partes do território palestino.
"A Human Rights Watch (HRW) acumulou provas de que as autoridades israelenses estão (...) cometendo o crime de guerra da transferência forçada", observou o relatório.
Acrescentou que "as ações israelenses parecem se enquadrar na definição de limpeza étnica" em áreas aonde os palestinos não poderão retornar.
Nadia Hardman, pesquisadora da HRW, destacou que as conclusões do relatório de 172 páginas se baseiam em entrevistas com moradores de Gaza deslocados, imagens de satélite e relatórios públicos realizados até agosto de 2024.
Israel rejeitou as alegações da ONG, afirmando que esta conclusão é "totalmente falsa".
"Vez ou outra, a retórica da Human Rights Watch sobre o comportamento de Israel em Gaza é completamente falsa e longe da realidade", disse o porta-voz do Ministério das Relações Exteriores, Oren Marmorstein, no X.
Embora Israel afirme que o deslocamento é justificado pela segurança de civis ou por imperativos militares, Hardman observou que "Israel não pode simplesmente depender da presença de grupos armados para justificar o deslocamento de civis".
"Israel teria que demonstrar em todos os casos que o deslocamento de civis era a única opção" para cumprir o direito humanitário internacional.
Segundo a ONU, 1,9 milhão de palestinos foram deslocados em Gaza até outubro de 2024.
Antes da eclosão da guerra em 7 de outubro de 2023, a população do território era de 2,4 milhões, segundo dados oficiais.
"Tornar grandes partes de Gaza sistematicamente inabitáveis (...), em alguns casos de forma permanente (...), constitui limpeza étnica", disse Ahmed Benchemsi, porta-voz da HRW para o Oriente Médio, em coletiva de imprensa.
(S.A.Dudajev--DTZ)