Kamala ataca Trump em meio à polêmica por supostos elogios do magnata a Hitler
A democrata Kamala Harris disse, nesta quarta-feira (23), que Donald Trump está "cada vez mais desequilibrado" e o acusou de buscar um "poder sem controle", após supostos elogios que o republicano teria feito a Adolf Hitler há alguns anos.
Os candidatos elevam o tom a apenas 13 dias para as eleições, nas quais aparecem empatados nas pesquisas.
"É profundamente preocupante e incrivelmente perigoso que Donald Trump invoque Adolf Hitler, o homem que foi responsável pela morte de seis milhões de judeus e de centenas de milhares de americanos", afirmou do lado de fora de sua residência em Washington, antes de partir rumo à Pensilvânia para um ato de campanha.
"Isso é mais uma prova para o povo americano de quem realmente é Donald Trump", acrescentou sobre seu rival republicano.
O ex-presidente "Donald Trump está cada vez mais desequilibrado e instável, e em um segundo mandato, pessoas como John Kelly não estariam lá para serem as salvaguardas contra suas propensões e ações", afirmou Harris, referindo-se ao ex-chefe de gabinete de Trump, que alertou que o magnata comentou mais de uma vez que o ditador nazista "também fez algumas coisas boas".
"Portanto, a conclusão é esta: sabemos o que Donald Trump quer: ele quer um poder sem controle", opinou Harris.
Citando declarações de Kelly ao The Atlantic e ao New York Times, Kamala disse que Trump "queria generais como os que Adolf Hitler tinha".
"Donald Trump disse isso porque não quer um exército que seja leal à Constituição dos Estados Unidos", considerou Harris. "Ele quer um exército que seja leal a ele".
John Kelly, que também é ex-general dos fuzileiros navais, confirmou na terça-feira que o magnata se encaixa na definição de fascista.
"Certamente o ex-presidente está na área da extrema direita, é claro que é um autoritário, admira pessoas que são ditadores, ele mesmo já disse isso. Portanto, sem dúvida, se encaixa na definição geral de fascista, com certeza", declarou.
- Empate técnico -
Kelly também afirmou que Trump "comentou mais de uma vez: 'Você sabe, Hitler também fez algumas coisas boas'".
Algumas das declarações do republicano sobre a migração ilegal já lhe renderam comparações com Hitler.
Os imigrantes "envenenam o sangue do país", repetiu várias vezes nos últimos meses. Além disso, usou os termos "inimigo interno" e "vermes".
A propaganda nazista referia-se aos judeus como "vermes", entre outros adjetivos degradantes.
Cerca de 23,5 milhões de americanos já votaram antecipadamente por correio ou presencialmente nas eleições presidenciais, que estão bastante acirradas e demonstram um empate técnico.
É difícil determinar o nível de precisão dessas pesquisas. No passado, elas subestimaram o apoio tanto a Trump quanto aos democratas.
O ex-presidente promete reprimir os imigrantes em situação irregular e ativar uma lei de inimigos estrangeiros de 1798 para deportá-los. Se voltarem, serão condenados a 10 anos de prisão, e à pena de morte se tiverem matado um americano ou policial, repete em seus comícios.
Harris questiona a aptidão mental e física de Trump para o cargo de presidente e tenta atrair eleitores republicanos moderados.
Enquanto isso, Trump, em campanha na Geórgia, afirma que Harris "não tem a inteligência nem a força" para liderar os Estados Unidos.
(L.Møller--DTZ)