Kamala e Trump visitam estados-chave em meio a polêmica por supostos elogios dele a Hitler
Kamala Harris e Donald Trump fizeram campanha nesta quarta-feira (23) em dois estados-chave para as eleições presidenciais americanas, com a democrata na Pensilvânia e o republicano na Geórgia, em meio a uma polêmica sobre supostos elogios do ex-presidente a Adolf Hitler feitos anos atrás.
O ex-general aposentado John Kelly, que foi chefe de gabinete de Trump quando ele era presidente, disse ao jornal The New York Times que o magnata se encaixa na definição de fascista e teria elogiado Hitler.
"Claro que o ex-presidente está na extrema direita, é um autoritário e admira ditadores, como ele próprio disse. Portanto, sem dúvida, ele se enquadra na definição geral de fascista", declarou.
Kelly também afirmou que Trump “comentou mais de uma vez: ‘Sabe, Hitler também fez algumas coisas boas’”.
Após essas revelações, a equipe de Kamala Harris organizou uma coletiva de imprensa por telefone com dois militares aposentados. Eles confirmaram as observações de Kelly e alertaram que um segundo mandato de Trump teria menos salvaguardas democráticas que o primeiro.
"O general Kelly está nos advertindo que Trump busca poder para fazer o que quiser, quando quiser", disse o coronel aposentado Kevin Carroll. “Agora está na corrida para obter poderes sem precedentes, sem controle”, como ele mesmo falou, “extremos”, acrescentou.
O general de brigada aposentado Steve Anderson, por sua vez, expressou preocupação de que o republicano possa “usar o exército para reprimir a oposição interna e policiar a fronteira” com o México.
Os comentários de Trump relacionados ao nazismo não são novos. Ele chegou a afirmar que migrantes "envenenam o sangue do país", o que gerou comparações com Hitler e Benito Mussolini. Também usou termos como “inimigo interior” e “praga”, que lembram a forma como esses dois fascistas falavam.
O próprio companheiro de chapa de Trump, JD Vance, se aliou ao bilionário de 78 anos depois de ter perguntado em particular, em 2016, se não era o “Hitler americano”.
- Empate técnico -
Cerca de 23,5 milhões de americanos já votaram antecipadamente por correio ou presencialmente nas eleições presidenciais, que estão bastante acirradas.
A campanha continua a 13 dias das eleições com um empate técnico nas pesquisas entre Trump, de 78 anos, e sua adversária, a vice-presidente Kamala Harris, de 60.
É difícil determinar o nível de precisão dessas pesquisas. No passado, elas subestimaram o apoio tanto a Trump quanto aos democratas.
O ex-presidente promete reprimir os imigrantes em situação irregular e ativar uma lei de inimigos estrangeiros de 1798 para deportá-los. Se voltarem, serão condenados a 10 anos de prisão, e à pena de morte se tiverem matado um americano ou policial, repete em seus comícios.
Harris questiona a aptidão mental e física de Trump para o cargo de presidente e tenta atrair eleitores republicanos moderados.
Enquanto isso, Trump, em campanha na Geórgia, afirma que Harris "não tem a inteligência nem a força" para liderar os Estados Unidos.
(L.Møller--DTZ)