Deutsche Tageszeitung - Oposição venezuelana reivindica na OEA 'vitória' eleitoral sobre Maduro

Oposição venezuelana reivindica na OEA 'vitória' eleitoral sobre Maduro


Oposição venezuelana reivindica na OEA 'vitória' eleitoral sobre Maduro
Oposição venezuelana reivindica na OEA 'vitória' eleitoral sobre Maduro / foto: © AFP

A oposição da Venezuela apresentou, nesta terça-feira (15), "um relatório técnico" perante a OEA, no qual reivindica uma "vitória" do candidato Edmundo González Urrutia sobre o presidente Nicolás Maduro nas eleições de 28 de julho.

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"Podemos demonstrar a vitória de Edmundo González Urrutia", disse Gustavo Silva, porta-voz da oposição, ao apresentar o documento aos delegados da Organização dos Estados Americanos (OEA) em Washington.

O Conselho Nacional Eleitoral (CNE) proclamou Maduro reeleito para um terceiro mandato de seis anos (2025-2031) com 51,9% dos votos (6,4 milhões). Entretanto, o órgão não apresentou uma apuração detalhada, alegando que o seu sistema foi alvo de um ataque cibernético.

A oposição, que denuncia uma fraude, publicou em um site cópias das atas eleitorais com as quais reivindica a vitória de González, que vive exilado na Espanha depois que uma ordem de prisão foi emitida contra si.

"Com 83,5% das atas totalizadas, podemos dizer inequivocamente que González Urrutia foi eleito" com "pelo menos" 7,3 milhões de votos (67% dos votos contabilizados), assegurou Silva durante a apresentação do relatório.

Segundo o documento, as atas coletadas abrangem todos os estados do país sul-americano e 331 de 335 municípios.

"Uma apresentação técnica e impecável do desejo de mudança dos venezuelanos. O mundo não tem dúvidas", publicou González Urrutia na rede X.

Por sua vez, a dirigente opositora María Corina Machado comemorou o que classificou de "dia histórico".

As autoridades venezuelanas, em contrapartida, sustentam que as atas publicadas na internet pela oposição são "fabricadas".

O Ministério Público anunciou no início de setembro uma ordem de prisão contra González Urrutia, depois que o diplomata de 75 anos se negou a comparecer a três intimações em uma investigação sobre o site usado pela oposição para divulgar as cópias das atas.

O adversário eleitoral de Maduro chegou a Madri em 8 de setembro após denunciar que foi "coagido" a buscar exílio.

O relatório apresentado pela oposição na OEA sustenta que cada ata publicada tem um código QR que comprova sua autenticidade.

Os Estados Unidos, a União Europeia e vários países da América Latina não reconheceram o triunfo de Maduro e exigem que a autoridade eleitoral apresente os resultados detalhados. Os protestos pós-eleitorais tiveram como saldo 27 mortes - incluindo dois militares - e mais de 2.400 detidos.

(M.Dorokhin--DTZ)