Deutsche Tageszeitung - Autoridade eleitoral da Colômbia investiga presidente, que denuncia 'golpe de Estado'

Autoridade eleitoral da Colômbia investiga presidente, que denuncia 'golpe de Estado'


Autoridade eleitoral da Colômbia investiga presidente, que denuncia 'golpe de Estado'
Autoridade eleitoral da Colômbia investiga presidente, que denuncia 'golpe de Estado' / foto: © AFP

A autoridade eleitoral da Colômbia decidiu, nesta terça-feira (8), iniciar uma investigação administrativa contra o presidente Gustavo Petro por supostamente violar os limites de gastos em sua campanha de 2022, averiguações que o mandatário classifica como uma tentativa de "golpe de Estado".

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A Petro e alguns dirigentes de sua equipe de campanha "é atribuída a suposta violação do limite de gastos" no equivalente a cerca de 925.000 dólares (aproximadamente R$ 4,8 milhões, na cotação da época), disse em uma coletiva de imprensa o presidente do Conselho Nacional Eleitoral, César Lorduy.

O mandatário de esquerda pode ser multado, mas não está sujeito à perda do cargo. No entanto, especialistas afirmam que o CNE pode remeter uma cópia da investigação à Câmara de Representantes (Câmara baixa) para que o presidente seja submetido a um julgamento político.

Entre os investigados também está Ricardo Roa, gerente da campanha de Petro para se eleger em 2022 e atual diretor da petroleira estatal Ecopetrol, e sua tesoureira.

Desde que começaram as averiguações sobre estas supostas irregularidades, o presidente insiste em que a autoridade eleitoral está sendo usada para derrubá-lo.

"Começou o golpe de Estado", escreveu imediatamente na rede social X.

- Dinheiro do tráfico -

As suspeitas de violações dos tetos estabelecidos por lei aumentaram em julho do ano passado, quando o filho mais velho do presidente, Nicolás Petro, admitiu perante a Justiça ter recebido dinheiro de um chefe do narcotráfico e tê-lo usado em alguns eventos de campanha na costa caribenha.

O advogado do presidente, Héctor Carvajal, tinha dito em uma entrevista a uma emissora de rádio que não reconheceria nenhuma decisão do CNE e que tomaria as devidas medidas legais.

Petro garante que o CNE é enviesado, pois alguns de seus magistrados são próximos a partidos de direita.

Nas redes sociais, alguns de seus aliados começaram a fazer um apelo para se "defender a Constituição".

Segundo as investigações feitas até o momento pelo CNE, a equipe de Petro não reportou despesas feitas para organizar encontros multitudinários com apoiadores na costa do Caribe, região tradicionalmente de direita, mas que nas últimas eleições catapultou o esquerdista para a Presidência.

Essa hipótese ganhou força depois que Nicolás Petro manifestou, perante a Procuradoria, que o dinheiro de um chefe do narcotráfico conhecido como "o homem Marlboro" entrou na campanha.

A confissão ocorreu no âmbito de uma investigação por suposta lavagem de dinheiro, pela qual o filho do presidente foi detido em julho de 2023.

Nicolás Petro assegura que seu pai não sabia destas movimentações financeiras.

Outro escândalo atingiu o presidente depois que, em junho de 2023, vazou uma série de áudios com conversas por telefone entre seu embaixador na FAO e ex-embaixador da Venezuela, Armando Benedetti, com sua aliada, Laura Sarabia, nos quais ele ameaçava "contar a verdade" sobre supostas manobras feitas para obter votos na região do Caribe.

Também são investigados aportes de um sindicato da Ecopetrol e pagamentos realizados, mas supostamente não registrados, a observadores durante as eleições.

(M.Dylatov--DTZ)