Deutsche Tageszeitung - Açúcar impulsiona aumento dos preços dos alimentos no mundo

Açúcar impulsiona aumento dos preços dos alimentos no mundo


Açúcar impulsiona aumento dos preços dos alimentos no mundo
Açúcar impulsiona aumento dos preços dos alimentos no mundo / foto: © AFP/Arquivos

Os preços dos produtos alimentares no mundo voltaram a aumentar em setembro, pela primeira vez em 30 meses, impulsionados em particular pelo açúcar e em geral pela maioria das matérias, segundo um relatório mensal da FAO publicado nesta sexta-feira (4).

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Após vários meses de estabilização, o índice de preços calculado pela Organização das Nações Unidas para a Alimentação e a Agricultura (FAO), que acompanha a variação dos preços internacionais de um cesta de produtos básicos, cresceu 3% entre agosto e setembro, e 2,1% em um ano.

Em particular, o preço do açúcar subiu 10,4% em setembro, devido às perspectivas para a cana-de-açúcar no Brasil, afetado por secas e incêndios.

Além disso, a decisão da Índia de levantar as restrições ao uso da cana-de-açúcar para produzir etanol também levanta receios de que haverá menos disponibilidade para exportação, acrescenta a FAO.

O índice de óleos vegetais aumentou 4,6% desde agosto, seja no óleo de palma - cuja produção caiu mais que o esperado nos grandes países produtores do Sudeste Asiático -, no óleo de soja, de girassol ou de canola.

Os cereais, por sua vez, tiveram um aumento de 3% em um mês, devido ao aumento dos preços de exportação de trigo e milho, ao impacto das chuvas nas lavouras de trigo no Canadá e na União Europeia e às dificuldades de transporte fluvial para o milho no Brasil e nos Estados Unidos.

Já o arroz tem um contexto mais "tranquilo no geral", nota a FAO, que aponta para uma queda dos preços de 0,7%.

Para 2024, a FAO decidiu aumentar "ligeiramente" as suas previsões de produção de cereais, para 2,853 milhões de toneladas, um pouco abaixo do recorde de 2023.

A produção global de trigo deverá crescer 0,5% este ano em comparação com 2023, graças aos bons rendimentos na Austrália, que compensaram as fracas colheitas europeias.

A produção de arroz, por sua vez, atingirá um "máximo histórico", graças sobretudo à Índia, estima a FAO.

O índice de preços dos produtos lácteos aumentou 3,8% em setembro, enquanto o índice de preços da carne permaneceu relativamente estável em +0,4%.

(W.Uljanov--DTZ)