Trump pede repressão 'violenta' da criminalidade e insulta Harris, que defende reforma migratória
O candidato republicano Donald Trump aproveitou um discurso no domingo (29), na Pensilvânia, um estado indeciso crucial nas eleições de novembro, para pedir à polícia uma repressão "violenta" da criminalidade nos Estados Unidos e repetir que sua adversária, Kamala Harris, é "deficiente mental", enquanto a candidata democrata insistiu na necessidade de uma reforma migratória durante um comício em Nevada.
A Pensilvânia é considerada o estado mais importante de sete que, sem uma preferência marcada, provavelmente decidirão os resultados das eleições de 5 de novembro.
Trump reiterou sua narrativa sombria sobre um país em colapso sob a "invasão" de migrantes violentos e criminosos, como já havia feito no dia anterior em um comício similar no estado de Wisconsin.
Ao lembrar incidentes isolados, mas amplamente divulgados, de ataques à luz do dia em grandes cidades, o magnata conservador recebeu aplausos quando afirmou que a polícia deveria ser "extraordinariamente dura".
Os criminosos "precisam ser ensinados" e isso poderia ser feito "se você tivesse um dia realmente violento", sugeriu.
"Uma hora dura, e quero dizer realmente dura... A notícia se espalharia e acabaria imediatamente", declarou Trump, alegando que "a polícia não pode fazer seu trabalho" já que a "esquerda liberal não deixa".
Kamala, vice-presidente e candidata democrata, abordou os "graves problemas" de segurança na fronteira durante um comício em Las Vegas, insistindo na economia, no atendimento médico e na necessidade de uma reforma migratória.
"Como presidente, vou dobrar os recursos para que o Departamento de Justiça persiga os cartéis", disse. "Sabemos que Donald Trump não resolverá isto".
"Quando ele foi presidente, não fez nada para ajustar o nosso sistema de imigração", acrescentou.
Assim como no sábado, o republicano dedicou grande parte de seu discurso a descrever um país em decadência, inundado por um "grande número de criminosos estrangeiros selvagens que Kamala Harris permitiu invadir".
Ele afirmou que "terroristas estão entrando em massa" e citou "uma grande prisão no Congo, na África" como origem de uma "multidão" que supostamente entrou na semana passada.
Após os recordes de cruzamentos ilegais da fronteira no início da gestão do presidente Joe Biden, um endurecimento das regras provocou uma queda nos números este ano.
De acordo com o FBI, a criminalidade, incluindo homicídios, também está diminuindo nos Estados Unidos.
No entanto, o sentimento anti-imigração, presente nas mensagens de Trump desde 2016 e em áreas do país com população majoritariamente branca e economicamente enfraquecida, está se tornando cada vez mais extremo conforme as eleições se aproximam.
Esse tema é considerado uma fraqueza para Harris nas pesquisas, que a mostram empatada com Trump.
(P.Vasilyevsky--DTZ)