Deutsche Tageszeitung - Trump retoma campanha após suposta segunda tentativa de assassinato

Trump retoma campanha após suposta segunda tentativa de assassinato


Trump retoma campanha após suposta segunda tentativa de assassinato
Trump retoma campanha após suposta segunda tentativa de assassinato / foto: © AFP/Arquivos

O candidato republicano à Casa Branca, Donald Trump, retoma a campanha eleitoral nesta terça-feira (17), dois dias após um suposto segundo atentado contra ele, pelo qual responsabilizou sua rival Kamala Harris, ao considerar que a democrata incita a violência contra ele.

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Em uma entrevista divulgada nesta terça-feira, Kamala, de 59 anos, se disse "agradecida por ele estar bem".

"A violência política de qualquer tipo é inaceitável. Eu a condeno",declarou Kamala em uma entrevista a uma rede de emissoras de rádio da comunidade hispânica, crucial para as eleições de 5 de novembro.

Trump declarou na segunda-feira que o suspeito do suposto atentado contra ele "acreditou na retórica" do presidente Joe Biden e de Kamala, "e agiu em consequência" do discurso dos democratas.

- "Orçamentos apertados" -

Durante a entrevista, Kamala detalhou medidas que podem atrair o eleitor latino, muito preocupado principalmente com questões financeiras.

"Mais de 25% das famílias latinas estão com os orçamentos apertados para comprar comida", reconheceu.

A democrata prometeu que, se vencer, combaterá o aumento dos preços das grandes empresas "que estão se aproveitando", construirá três milhões de novas casas, concederá auxílios para a compra da primeira moradia, reduzirá impostos para a abertura de negócios e ampliará o crédito fiscal por filho.

"Eu serei a presidente para todos os americanos. Não há espaço para ódio e divisão em nosso país", disse, reiterando que é hora de "virar a página da última década de políticas de divisão e extremismo", que, segundo ela, Trump promove.

Kamala viajará nesta terça-feira para a Pensilvânia, um dos estados mais disputados nas eleições, para um evento com a Associação Nacional de Jornalistas Negros (NABJ).

O ex-presidente Trump também concedeu uma entrevista a essa influente associação no fim de julho, na qual acusou Kamala, filha de pai jamaicano e mãe indiana, de "ter se tornado negra" por motivos eleitorais.

- "As balas voam" -

"Devido a essa retórica da esquerda comunista, as balas voam, e isso só vai piorar!", disse Trump, de 78 anos.

O bilionário participará nesta terça-feira de um comício em Flint, uma cidade afetada pela crise do setor automotivo e tristemente conhecida por um enorme escândalo de contaminação da água potável com chumbo.

Trump e Harris percorrem os seis ou sete estados-chave, nos quais aparecem empatados nas pesquisas ou com uma vantagem muito ligeira para a democrata.

A vice-presidente baseia seu programa em poucos pontos: a promessa de uma "nova geração" e um "novo caminho" para o país, uma economia centrada na classe média e a proteção das liberdades fundamentais, incluindo o direito ao aborto.

Kamala condenou nesta terça-feira as leis restritivas sobre interrupção voluntária da gravidez nos Estados Unidos, após a publicação de um artigo do meio ProPublica sobre a morte de uma mulher de 28 anos na Geórgia (sul) porque não lhe fizeram uma curetagem a tempo.

"Essa jovem mãe deveria estar viva, criando seu filho e correndo atrás de seu sonho" de estudar enfermagem, afirmou.

Segundo o ProPublica, que consultou documentos confidenciais, esta é a primeira morte "evitável" desde que em 2022 a Suprema Corte, com maioria conservadora, principalmente desde o mandato de Trump, deixou a cargo de cada estado legislar sobre o direito ao aborto.

- Tensão extrema -

A tensão em torno desta campanha, por si só fora do comum, aumentou no domingo.

Donald Trump já havia sobrevivido em julho a uma tentativa de assassinato quando um homem armado abriu fogo contra ele durante um comício na Pensilvânia.

No domingo à tarde, o republicano estava no campo de seu clube de golfe na Flórida (sul) quando vários agentes do Serviço Secreto "abriram fogo contra um homem armado" que estava próximo ao local. Trata-se de Ryan Routh, um americano de 58 anos.

Routh estava armado com um fuzil com mira telescópica e um equipamento de gravação de vídeo, mas, segundo a polícia, não disparou contra Trump. O homem fugiu do local, mas foi preso pouco depois.

"De repente ouvimos tiros, acho que quatro ou cinco, e pareciam balas", relatou Trump na segunda-feira, durante uma entrevista na plataforma X para falar de seu novo projeto de criptomoedas.

(V.Sørensen--DTZ)