Deutsche Tageszeitung - Supremo da Guatemala rejeita pedido de Arévalo para revogar imunidade de procuradora

Supremo da Guatemala rejeita pedido de Arévalo para revogar imunidade de procuradora


Supremo da Guatemala rejeita pedido de Arévalo para revogar imunidade de procuradora
Supremo da Guatemala rejeita pedido de Arévalo para revogar imunidade de procuradora / foto: © AFP/Arquivos

A Suprema Corte da Guatemala rejeitou um pedido do presidente Bernardo Arévalo para abrir um processo de suspensão da imunidade contra a questionada procuradora-geral Consuelo Porras, com quem mantém uma disputa prolongada, informou uma fonte oficial nesta sexta-feira (30).

Alterar tamanho do texto:

O pedido foi apresentado por Arévalo em 29 de fevereiro, ao denunciar a procuradora por "descumprimento de deveres", depois que Porras desistiu abruptamente de participar de uma reunião do gabinete de governo um mês antes.

"Fomos notificados [pela Suprema Corte] do repúdio" ao pedido do presidente, informou à AFP o departamento de imprensa da Procuradoria-geral da Nação, entidade que atua como advogado do Estado e que apresentou o pedido por Arévalo.

A Procuradoria "está analisando o que foi resolvido, antes de definir as ações que serão tomadas", acrescentou a instituição.

Arévalo mantém desde o ano passado uma disputa com Porras, que pôs em dúvida a transição presidencial ao abrir investigações polêmicas contra o partido governista Semilla e as eleições de 2023.

O presidente social-democrata, que não tem atribuições para destituir a procuradora, interpôs vários pedidos para processá-la desde que assumiu o cargo, em 14 de janeiro.

Ele também apresentou um projeto de lei para remover Porras, que tem mandato até maio de 2026, mas o projeto não avançou no Congresso. A procuradora é considerada "corrupta" e "antidemocrática" por Estados Unidos e a União Europeia.

Porras, por sua vez, também pediu a suspensão da imunidade de Arévalo para investigá-lo por suposta lavagem de dinheiro durante a composição do Semilla.

Na reunião de 29 de janeiro na Casa Presidencial, Porras se retirou antecipadamente, ao argumentar que a lei lhe proibia de participar de uma junta de ministros, pois infringiria a autonomia do Ministério Público.

O procurador-geral Julio Saavedra assinalou, ao apresentar o pedido, que a lei obrigava à procuradora a "atender as convocações do presidente" e, caso se recuse, "poderia se enquadrar em uma conduta criminosa".

Na semana passada, o Ministério Público pediu à Suprema Corte para avalizar um processo e iniciar investigações contra o presidente por supostos pagamentos "ilegais" a empreiteiras. O tribunal ainda não se pronunciou.

(S.A.Dudajev--DTZ)