Harris avança contra Trump
Após aceitar sua indicação na Convenção Democrata, Kamala Harris volta, nesta quarta-feira (28), à campanha eleitoral para percorrer os estados decisivos, assim como o republicano Donald Trump a dez semanas das acirradas eleições pela presidência dos Estados Unidos.
A vice-presidente democrata fará campanha nesta quarta e na quinta-feira na Geórgia (sul), um dos sete estados-pêndulo onde as eleições de 5 de novembro prometem ser especialmente disputadas.
Neste estado ela também concederá sua primeira grande entrevista como candidata na quinta-feira, na CNN, ao lado de seu companheiro de chapa, o governador de Minessota, Tim Walz.
A entrevista com a jornalista Dana Bash será transmitida às 21h locais (22h em Brasília), informou a CNN.
Há alguns dias, a candidata enfrentava uma crescente pressão para que concedesse uma entrevista a um importante meio de comunicação americano.
Até agora, se contentava com trocas muito breves com jornalistas após suas viagens ou encontros com influenciadores digitais.
A entrevista na CNN, que acontecerá semanas antes do debate com Donald Trump em 10 de setembro, marca o começo de uma nova fase.
Kamala Harris entrou na corrida depois que o presidente Joe Biden desistiu da reeleição em 21 de julho.
Desde então, ganhou certo impulso nas pesquisas e conta com o entusiasmo dos democratas que confirmaram sua indicação com grandes ovação na Convenção de Chicago.
Mas a batalha eleitoral é muito dura e ambos os candidatos se centram nos estados-pêndulo que diferentemente da maioria não votam sempre no mesmo partido.
Donald Trump esteve no Michigan na segunda-feira, na quinta-feira irá a Wisconsin e na sexta-feira à Pensilvânia.
O republicano de 78 anos não se beneficiou do efeito surpresa da entrada de sua rival na disputa, mas conta com uma base muito estável, sobretudo desde que foi vítima de uma tentativa de assassinato em 13 de julho.
Os diversos procedimentos judiciais contra ele não mudam nada, e inclusive mobilizam mais "trumpistas" convencidos de que seu candidato é vítima, como repetiu na terça-feira, de uma "caça às bruxas" orquestrada no mais alto nível.
O desafio para ele é ganhar votos além desse eleitorado, ou seja, entre os independentes e os indecisos.
Em 2 de setembro, Dia do Trabalho nos Estados Unidos, Kamala Harris viajará, por sua vez, ao Michigan e depois à Pensilvânia.
- Pesquisas -
Para os democratas, é uma questão de "transformar o impulso da convenção em ação", resumiu no domingo em um comunicado a presidente da equipe de campanha, Jen O'Malley Dillon, que se gabou de uma arrecadação de 540 milhões de dólares (2,96 bilhões de reais) em um mês.
O site FiveThirtyEight, que reúne várias pesquisas, atribui à vice-presidente uma vantagem de 3,5 pontos sobre sua rival.
Isso não lhe garante a maioria dos votos dos eleitores, em um país onde o presidente não é eleito por voto direto.
O bilionário republicano multiplica os ataques pessoais e qualifica sua rival de "pouco inteligente" e "comunista".
Também tenta apresentá-la como a herdeira de um Joe Biden muito impopular.
Na segunda-feira, culpou-a de ter sido "um ator principal na desastrosa retirada" das tropas americanas do Afeganistão em 2021.
(U.Kabuchyn--DTZ)