Jogos sob tensão e alta segurança para atletas israelenses
Os atletas israelenses estão participando dos Jogos Olímpicos de Paris-2024 sob forte proteção no contexto da guerra em Gaza, uma situação que às vezes atrapalha suas vidas diárias, mas eles têm orgulho de representar seu país.
A delegação israelense de 88 membros é protegida por unidades de elite da polícia e da gendarmaria francesas, tanto dentro da Vila Olímpica quanto em cada saída para as competições.
"Temos guardas armados conosco 24 horas por dia, sete dias por semana", descreveu a amazona Ashlee Bond, que competiu na prova de salto em equipe.
"O local onde nos hospedamos é como uma fortaleza. Não podemos sair da vila desacompanhados. E não podemos ir a lugar algum, a não ser da vila para o local da competição e vice-versa", diz ele.
Na manhã de domingo, Israel já havia conquistado seis medalhas (uma de ouro, quatro de prata e uma de bronze), um recorde em sua história olímpica.
Uma delas foi conquistada pelo judoca Peter Paltchik, um dos porta-bandeiras da delegação, na categoria até 100 kg. "Dedico minha medalha a todas as famílias do meu país (que perderam parentes), elas estão comigo, no meu coração", disse Paltchik na quinta-feira.
"Eles me acompanharam durante todo esse dia e espero tê-los deixado pelo menos um pouco felizes", acrescentou.
O judoca foi criticado por ter postado no X em outubro uma foto de bombas israelenses acompanhada da mensagem - "Da minha, com prazer". Uma mensagem que ele removeu e sobre a qual não quis falar depois de sua medalha.
Para os atletas israelenses, parece impossível ignorar a guerra em Gaza.
Quase 40 mil palestinos, a maioria dos civis, morreram em mais de 10 meses de represálias israelenses contra o território palestino, de acordo com dados do Ministério da Saúde do Hamas.
Diante desse cenário, associado ao aumento das tensões com o Irã e o grupo libanês Hezbollah, os atletas israelenses permanecem vigilantes.
Um ataque cibernético expôs informações pessoais confidenciais de alguns deles nas redes sociais.
Ameaças de morte também foram enviadas pelo correio a vários atletas de Israel, que ainda está traumatizado com a trágica tomada de reféns pela organização palestina Setembro Negro nos Jogos de Munique de 1972.
O chefe da delegação, Yaël Arad, expressou confiança nas medidas de segurança para proteger seus atletas.
Estes últimos, por sua vez, estão tentando evitar fazer qualquer declaração que possa estimular um estopim.
"Se você for um pouco inteligente, perceberá que se trata de um assunto delicado e que não é nosso papel, como atletas, meter o nariz nisso", diz o cavaleiro Robin Muhr.
(W.Novokshonov--DTZ)