Brasil, Colômbia e México exigem 'verificação imparcial dos resultados' das eleições na Venezuela
Os governos do Brasil, México e da Colômbia exigiram, nesta quinta-feira (1º), que autoridades da Venezuela avancem "de forma expedita" na divulgação das atas eleitorais e permitam uma "verificação imparcial dos resultados" das eleições presidenciais de 28 de julho.
"Acompanhamos com muita atenção o processo de escrutínio dos votos e fazemos um chamado às autoridades eleitorais da Venezuela para que avancem de forma expedita e divulguem publicamente os dados desagregados por mesa de votação", assinalaram os governos em comunicado conjunto.
"As controvérsias sobre o processo eleitoral devem ser dirimidas pela via institucional. O princípio fundamental da soberania popular deve ser respeitado mediante a verificação imparcial dos resultados", acrescentaram.
Enquanto aumenta a pressão internacional por um escrutínio transparente, os governos chefiados pelos esquerdistas Luiz Inácio Lula da Silva, Andrés Manuel López Obrador e Gustavo Petro intensificam os esforços diplomáticos em busca de soluções para a crise desatada após as eleições do último domingo.
O Conselho Nacional Eleitoral venezuelano proclamou vencedor do pleito o presidente Nicolás Maduro para um terceiro mandato de seis anos com 51% dos votos, mas ainda não divulgou informações detalhadas sobre os resultados, nem publicou as atas eleitorais.
Maduro pediu à Corte Suprema para se pronunciar sobre as eleições e disse também ter evidências de sua vitória.
A oposição, liderada por María Corina Machado e seu candidato, Edmundo González Urrutia, denuncia uma fraude.
O Conselho Permanente da Organização dos Estados Americanos (OEA) não conseguiu aprovar ontem uma resolução para exigir transparência ao governo venezuelano sobre as eleições contestadas. Brasil e Colômbia se abstiveram dessa votação, enquanto o México sequer atendeu à convocação para a reunião urgente.
Após a proclamação de Maduro como vencedor, protestos eclodiram na última segunda-feira em Caracas e outras cidades, deixando 11 civis mortos, segundo ONGs de defesa dos direitos humanos, e mais de 1.000 detidos.
"Fazemos um chamado aos atores políticos e sociais a exercerem a máxima cautela e contenção em suas manifestações e seus eventos públicos, a fim de evitar uma escalada de episódios violentos", pediram os três países no comunicado.
(V.Sørensen--DTZ)