Deutsche Tageszeitung - Negociações sobre dívida nos EUA entram em 'pausa'

Negociações sobre dívida nos EUA entram em 'pausa'


Negociações sobre dívida nos EUA entram em 'pausa'
Negociações sobre dívida nos EUA entram em 'pausa' / foto: © AFP

O presidente da Câmara dos Representantes dos Estados Unidos, o republicano Kevin McCarthy, anunciou, nesta sexta-feira (19), que as negociações para aumentar o limite de endividamento do país e evitar um default entraram em uma "pausa", em meio a "diferenças reais" com o governo de Joe Biden, segundo a Casa Branca.

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"Sim, tivemos que fazer uma pausa", disse McCarthy aos repórteres no Capitólio, ao ser questionado sobre a situação das negociações. A Casa Branca, por sua vez, havia assinalado um pouco antes que existem "diferenças reais" entre as duas partes para resolver a crise.

"Não podemos gastar mais dinheiro no próximo ano" fiscal, argumentou o republicano McCarthy, em uma queda de braço com a Casa Branca que já dura semanas, e quando se aproxima a data de 1º de junho, quando os Estados Unidos poderiam entrar em uma inédita moratória.

Os republicanos continuam insistindo em que o presidente Joe Biden deve reduzir os gastos públicos se quiser obter o apoio do partido para elevar o teto da dívida.

Os democratas, no entanto, sustentam que as duas coisas não podem ser vinculadas e querem um aumento da capacidade de emissão de dívida sem condições.

- 'Diferenças reais' -

O campo governista apresenta as conversas agora pausadas como uma oportunidade de discutir o orçamento. Mas, nesta sexta, a Casa Branca reconheceu as dificuldades de avançar com a contraparte republicana.

"Há diferenças reais entre as partes em temas orçamentários e as conversas serão difíceis", disse um funcionário da Casa Branca em uma declaração anterior à de McCarthy.

"A equipe do presidente está trabalhando duro para encontrar uma solução bipartidária razoável que possa ser aprovada pela Câmara [dos Representantes] e o Senado", acrescentou.

O presidente, que está no Japão para participar da cúpula do G7, abreviou sua viagem pela Ásia-Pacífico para retornar antes a Washington e tentar obter um acordo.

- Disputa política -

Biden e McCarthy mantiveram duas reuniões nos últimos dias, na medida em que se aproxima o prazo que, segundo o Departamento do Tesouro, poderia colocar os Estados Unidos entre a cruz e a espada.

Os republicanos querem reduzir o gasto público e o déficit fiscal, e também querem reduzir a emissão de dívida que habitualmente permite cobrir essa diferença.

Democratas e republicanos não conseguem chegar a um bom termo sobre este aumento da capacidade de emissão de dívida dos Estados Unidos, apesar de isto ser indispensável para que o país honre seus pagamentos a credores, fornecedores, os salários de funcionários públicos e aposentadorias.

Elevar o teto da emissão de dívida costuma ser um procedimento rotineiro no país, que usa este sistema dependente do Congresso há décadas. Mas, desta vez, e como vem ocorrendo com mais frequência, o assunto se tornou o epicentro de uma disputa política.

Os Estados Unidos superaram o limite máximo de emissão da dívida pública em janeiro, que é de 31,4 trilhões de dólares (R$ 156,5 trilhões, na cotação de hoje), e, desde então, vêm aplicando medidas extraordinárias que apenas permitem cumprir com as obrigações por um determinado tempo.

(W.Uljanov--DTZ)