Promotor especial aponta falhas em investigação do FBI sobre Trump e Rússia
A investigação do FBI sobre um suposto conluio entre a Rússia e a campanha presidencial de Donald Trump em 2016 teve como base provas pouco sólidas e com graves falhas, disse um promotor americano independente em um relatório publicado nesta segunda-feira (15).
John Durham acredita que a polícia federal americana baseou-se em informação "não processada, não analisada e não corroborada" para iniciar suas investigações, e que, depois, careceu de "objetividade" na gestão do processo.
A investigação, denominada "Crossfire Hurricane", pairou sobre a primeira parte do mandato do presidente republicano sem que provas sólidas de conluio viessem à tona e foi denunciada diversas vezes pelo próprio Trump como uma "caça às bruxas" montada por seus opositores.
Pouco antes do término de seu mandato, o governo Trump deu a Durham a missão de investigar as origens do caso. Após três anos de investigação, ele entregou um relatório de mais de 300 páginas com suas conclusões.
O promotor especial aponta debilidade nos elementos que serviram de base para o início da investigação e também acusa o FBI de agir com duplo padrão.
"A rapidez e a forma como o FBI" decidiu investigar Trump "contrasta com a abordagem que deu anteriormente ao caso de uma possível interferência estrangeira na campanha" da candidata democrata Hillary Clinton, assinalou Durham.
Segundo ele, "o FBI e o Departamento de Justiça devem reconhecer a falta de rigor analítico, vieses de confirmação e excesso de confiança em fontes ligadas a oponentes políticos", o que significaria que os investigadores não poderiam considerar "hipóteses alternativas" ou agir com "objetividade adequada".
De qualquer forma, o procurador especial não fez nenhuma recomendação de acusação ou de reformas específicas.
"A solução não é criar novas regras, mas referendar a lealdade pelas anteriores", argumentou.
Trump, que busca um segundo mandato presidencial em 2024, elogiou o relatório. "WOW! Após uma extensa investigação, o promotor especial John Durham concluiu que o FBI jamais deveria ter iniciado a investigação Trump-Rússia", escreveu ele em sua rede, Truth Social.
"Em outras palavras, o público americano foi enganado, assim como está sendo enganado agora por aqueles que não querem ver GRANDEZA para a AMÉRICA", acrescentou o magnata, em aparente referência às diversas investigações criminais contra ele que estão em curso.
(P.Hansen--DTZ)