Deutsche Tageszeitung - Presidente da Guatemala chega a Taiwan em visita criticada pela China

Presidente da Guatemala chega a Taiwan em visita criticada pela China


Presidente da Guatemala chega a Taiwan em visita criticada pela China
Presidente da Guatemala chega a Taiwan em visita criticada pela China / foto: © MOFA/AFP

O presidente da Guatemala, Alejandro Giammattei, chegou a Taiwan nesta segunda-feira (24) para reforçar as relações com a ilha autônoma, uma visita que atraiu a ira da China.

Alterar tamanho do texto:

Imagens divulgadas pelo governo taiwanês mostraram Giammattei escoltado pelo ministro das Relações Exteriores da ilha, Joseph Wu, quando chegou ao Aeroporto Internacional de Taoyuan.

A Guatemala é um dos poucos países que ainda reconhecem a soberania de Taiwan, uma lista que diminuiu nos últimos anos sob pressão de Pequim para isolar Taipei no cenário internacional.

A China considera Taiwan parte de seu território e prometeu retomá-lo um dia, e não aceita que outros países reconheçam Taipé.

Antes da viagem, Giammattei disse que com a visita também quer "enviar ao mundo uma mensagem muito clara de que os países têm o direito de autogoverno".

Durante a visita de segunda a quinta-feira, Giammattei planeja discursar no Congresso taiwanês e visitar uma empresa de tecnologia em Taichung, ao sul da capital. Também deve participar de um evento para promover o café guatemalteco, de acordo com o gabinete presidencial de Taiwan.

Pequim alertou nesta segunda-feira que reconhecer a China, um parceiro econômico-chave para a nação centro-americana, estava "alinhado com os interesses fundamentais da Guatemala e as aspirações de seu povo".

"O movimento de independência e secessão de Taiwan vai contra a corrente da história e nada mais é do que um autoengano das autoridades do Partido Democrático Progressista [de Taipé]", disse Mao Ning, porta-voz do ministério das Relações Exteriores da China.

"Não pode parar a tendência histórica da inevitável reunificação da China", acrescentou.

A viagem de Giammatei é um "movimento significativo" para Taiwan porque "a região centro-americana se inclina para a China continental, de certo modo", disse à AFP a analista Virginia Pinto, da Associação de Estudos e Pesquisas Sociais.

"Podemos ver um aumento nas doações, nas ajudas não remuneradas ou técnicas que Taiwan poderia estar oferecendo à Guatemala, justamente para preservar um dos últimos apoios que tem internacionalmente", acrescentou.

A presidente taiwanesa, Tsai Ing-wen, visitou este mês Guatemala e Belize, seus únicos aliados remanescentes na América Central, depois que Honduras se aliou à China em março.

No caminho de volta para Taipé, Tsai fez uma escala nos Estados Unidos para se encontrar com Kevin McCarthy, presidente da Câmara dos Representantes.

Em resposta, a China realizou três dias de exercícios de guerra em que simulou um ataque e bloqueio à ilha.

(W.Novokshonov--DTZ)