Diniz quer 'reproduzir' seu estilo de jogo na Seleção
O técnico Fernando Diniz disse, nesta quarta-feira (5), que tentará "reproduzir" seu atraente estilo de jogo durante o período de um ano no comando da seleção brasileira, até a chegada do italiano Carlo Ancelotti em meados de 2024.
"Vou tentar reproduzir o que me trouxe aqui. O que terei é a melhor matéria-prima do mundo, com jogadores renomados, para poder executar da melhor forma o que consegui, as ideias que tenho", disse, em sua apresentação na sede da Confederação Brasileira de Futebol (CBF) no Rio de Janeiro.
Diniz, de 49 anos, foi anunciado na terça-feira como técnico interino da Seleção durante um ano, enquanto Ancelotti cumpre seu contrato com o Real Madrid, que vai até junho de 2024.
Quando seu vinculo com o time merengue se encerrar, o técnico italiano vai assumir a Seleção na Copa América do ano que vem, que será disputada nos Estados Unidos de 20 de junho a 14 de julho, tendo em mente a Copa do Mundo de 2026, disse uma fonte da CBF, que pediu para não ser citada.
"Em princípio, o contrato é de um ano e vou procurar fazer o melhor possível. Não decidimos se inclui a Copa América", disse Diniz, que vai acumular os cargos de técnico do Fluminense e do Brasil.
"Eu sei do planejamento da CBF e não estou aqui para falar do que vai acontecer com o Ancelotti depois de mim [...] Meu compromisso é procurar fazer o melhor que eu puder para preparar bem os jogadores e conseguir ter um bom rendimento."
- O 'direito' de Ancelotti -
Durante a apresentação, Rodrigues evitou citar Ancelotti, que não se pronunciou, embora em abril tenha dito que estava "muito ansioso" por comandar a seleção brasileira, que não conquista um título mundial desde 2002.
Mas, ao final do evento, garantiu aos jornalistas que 'Carletto', de 64 anos, vai integrar a equipe na Copa América 2024 e considerou que o italiano tem o "direito" de não ter se manifestado até agora.
"Ele [Ancelotti] vai estar, pode ter certeza", respondeu, ao ser questionado por um repórter.
Rodrigues desejou "todo o sucesso" a Diniz e anunciou que a CBF lhe dará todo o "apoio" durante o tempo em que estiver no cargo.
Diniz vai estrear na Seleção em setembro, contra Bolívia e Peru, pelas Eliminatórias Sul-Americanas para a Copa do Mundo de 2026.
"Minha ideia é convocar os melhores jogadores", explicou Diniz.
Com contrato com o Fluminense até o final de 2024, o técnico paulista garantiu que terá "dedicação máxima" tanto no clube quanto na Seleção, que só comandará em datas Fifa.
Quando estiver na Seleção, os treinos do time carioca serão comandados por um de seus auxiliares e, sob nenhuma hipótese, Diniz estará ausente em algum jogo da equipe.
- Elogios a Neymar -
O Fluminense está na sexta posição no Campeonato Brasileiro, a 12 pontos do líder Botafogo, e vai enfrentar o Argentinos Juniors nas oitavas de final da Copa Libertadores, em agosto.
O clube receberá "excelente compensação financeira" da CBF, disse o presidente do tricolor carioca, Mário Bittencourt, que garantiu também que seu time será a prioridade de Diniz.
"Nossa decisão foi em função de manter o nosso treinador. A ideia é que ele siga com o Fluminense como prioridade e na data Fifa treinar a Seleção. Temos certeza de que não vai afetar o trabalho aqui", disse Bittencourt em entrevista coletiva no Rio de Janeiro.
Diniz ganhou reconhecimento em toda a América do Sul pelo futebol vistoso que seu time exibiu no início do ano, mas que decaiu nas últimas semanas.
Ele vai ocupar a vaga preenchida interinamente por Ramon Menezes, técnico da Seleção Sub-20, após a saída de Tite no final da Copa do Catar-2022, onde a Croácia eliminou o Brasil nas quartas de final.
Sem o lesionado Neymar, cuja continuidade na Seleção ainda não está clara, Ramon comandou a equipe nas derrotas contra Marrocos (2-1) e Senegal (4-2) e na vitória sobre a Guiné (4-1), nos amistosos de março e junho.
"Ele é único quando se trata de jogar futebol", disse Diniz sobre 'Ney'.
Sua nomeação gerou críticas de torcedores e setores da imprensa local, que apontam possíveis conflitos de interesse na hora de preparar as convocações para a Seleção.
"A ética que tenho, o senso de justiça, vão nortear minhas decisões", afirmou.
Embora incomum, não é a primeira vez que a Seleção e um clube brasileiro dividem um técnico.
Os dois casos mais recentes aconteceram com Vanderlei Luxemburgo e Emerson Leão.
Luxemburgo substituiu Zagallo após o vice-campeonato mundial em 1998, quando ainda era técnico do Corinthians, e acumulou as funções até o final daquele ano.
Leão assumiu no lugar de 'Luxa', demitido em setembro de 2000, após tropeços da equipe e problemas com a Justiça.
Em outubro, o ex-goleiro foi anunciado como técnico da Seleção e continuou no comando do Sport Recife até o fim do ano.
(N.Loginovsky--DTZ)