Nova ministra da Educação da França em controvérsia por críticas às escolas públicas
A nova ministra da Educação, Amélie Oudéa-Castéra, enfrenta nesta segunda-feira (15) apelos à sua demissão na França por "mentir", ao alegar que mudou o filho mais velho de uma escola pública para uma privada devido ao número de horas sem professor substituto.
A controvérsia começou na sexta-feira quando, horas depois de tomar posse, justificou à imprensa a escolha da escola privada dos filhos devido à sua "frustração" pelas "muitas horas" sem professor substituto na escola pública.
"O meu filho mais velho, Vincent, começou, tal como a mãe, na escola pública", disse Oudéa-Castéra, que acrescentou que ela e o marido, "fartos, como milhares de famílias", decidiram depois "procurar uma solução diferente".
A responsável justificou a escolha da elitista escola católica privada Stanislas – acusada em 2022 de tendências homofóbicas e sexistas – por estar localizada no mesmo bairro do centro de Paris onde viviam.
No entanto, o jornal Libération revelou que o filho mais velho passou apenas um semestre na escola infantil pública Littré e que os seus pais o mudaram para Stanislas porque o primeiro centro se recusou a adiantá-lo de série, e não por problemas de faltas.
"Não quero entrar mais no campo da vida pessoal e privada. Houve ataques aos quais tentei responder com a maior sinceridade possível. Temos que fechar este capítulo dos ataques pessoais", disse a ministra nesta segunda-feira.
A também ministra da Juventude, Esportes e Jogos Olímpicos enfrenta uma onda de críticas tanto de professores quanto de partidos da oposição, na primeira crise do governo do novo primeiro-ministro, Gabriel Attal.
"Os dias passam e as mentiras se acumulam (…). Chegou a hora de renunciar", escreveu o líder comunista Fabien Roussel na rede social X, em sintonia com o resto da oposição de esquerda e extrema direita.
Questionada sobre as críticas, a porta-voz do governo, Prisca Thévenot, disse à rádio France Inter: "Não sei se ela mentiu, só estou dizendo que ela explicou por que seu filho frequentou uma escola particular".
"Acredito nas escolas públicas e acredito que todos devemos ter uma grande ambição para isso", reiterou nesta segunda-feira Oudéa-Castéra, em uma tentativa de minimizar a polêmica.
(V.Sørensen--DTZ)