Deutsche Tageszeitung - Representante de Comércio dos EUA defende aumento de tarifas alfandegárias

Representante de Comércio dos EUA defende aumento de tarifas alfandegárias


Representante de Comércio dos EUA defende aumento de tarifas alfandegárias
Representante de Comércio dos EUA defende aumento de tarifas alfandegárias / foto: © AFP

A representante de Comércio dos Estados Unidos, Katherine Tai, defendeu os aumentos de impostos a produtos de países como a China, por considerar que, em conjunto com os investimentos, são uma ferramenta "legítima e construtiva" para fortalecer as indústrias americanas.

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Em entrevista à AFP uma semana depois de um amplo aumento de impostos sobre veículos elétricos, baterias para estes automóveis e painéis solares chineses, Tai defendeu o instrumento como uma forma de "neutralizar o comércio injusto" com o gigante asiático.

O objetivo é que os investimentos americanos em energia limpa "criem raízes", assinalou, em referência à política do governo de Joe Biden de promover indústrias como a de veículos elétricos, baterias ou semicondutores nos Estados Unidos.

"Quando se perde uma indústria - acrescentou -, recuperá-la é muito mais difícil", apontou.

A manobra mais recente dos Estados Unidos visou 18 bilhões de dólares (R$ 98 bilhões, na cotação atual) em produtos chineses, semanas antes das eleições presidenciais de 5 de novembro, com vistas às quais a candidata democrata, a vice-presidente Kamala Harris, e o republicano Donald Trump, se manifestam favoravelmente a uma política de tarifas alfandegárias elevadas.

As taxas aduaneiras sobre produtos chineses são um dos poucos pontos em comum dos dois últimos presidentes americanos, Trump e Biden. O ex-presidente republicano as implementou, e o atual presidente democrata as manteve, inclusive reforçando-as em alguns setores.

"Não só estamos tentando conseguir mais comércio. Estamos tentando conseguir um comércio melhor", afirmou Tai.

Ela se referia ao acordo de livre-comércio da América do Norte entre seu país, México e Canadá, o T-MEC, que habilita medidas contra empresas que violem leis trabalhistas, como um exemplo de "comércio com foco nos trabalhadores".

Tai ressaltou que este acordo tem mecanismos para garantir o respeito à legislação trabalhista, "prevista não só pelo T-MEC, mas também pela legislação mexicana".

Segundo a funcionária, isso dá um sinal às empresas "que devem saber que não podem instalar uma fábrica no México na esperança de lucrar contornando a lei mexicana ou o T-MEC".

(N.Loginovsky--DTZ)