Presidente eleita do México promete a empresários combater a extorsão
A presidente eleita do México, Claudia Sheinbaum, garantiu nesta quinta-feira (19), diante de empresários, que vai priorizar o combate à extorsão, que é um dos crimes que mais afeta o setor privado no país.
Segundo a empresa estatal Corpamex, é denunciada uma extorsão por hora, que representa apenas uma pequena parte de todos os casos no país.
A futura presidente, que foi eleita em 2 de junho pelo oficialismo de esquerda, explicou que sua estratégia consistirá em "dar as condições de segurança ideais para a denúncia", de maneira que se proteja a vítima e o delito "seja perseguido de prontidão".
"A extorsão tem que ser [tipificada como] um crime grave", acrescentou Sheinbaum, em resposta aos integrantes do Conselho de Coordenação Empresarial (CCE), o maior órgão representativo da iniciativa privada no México.
O atual presidente, Andrés Manuel López Obrador, propôs ao Congresso que a extorsão seja classificada como crime grave, e não apenas como um delito patrimonial. A proposta foi apresentada como parte de uma série de reformas constitucionais que incluem a eleição de juízes e magistrados por voto popular.
De acordo com dados oficiais, em 2023 pelo menos 10.946 pessoas foram vítimas de extorsão, enquanto entre janeiro e maio se contabilizaram 4.643 casos.
Especialistas em segurança afirmam que o crime é cometido principalmente por traficantes de drogas que tentam diversificar suas fontes de renda, após uma ofensiva militar antidrogas lançada em 2006.
Os criminosos assediam grandes empresários, mas também pequenos comerciantes, o que afeta o custo de vários produtos alimentícios.
Durante a reunião desta quarta, o presidente do Conselho Mexicano de Negócios, Rolando Vega, expressou seus temores a Sheinbaum sobre a reforma da justiça apresentada ao Legislativo, que ela apoia.
A eleição popular de cerca de 1.600 juízes e magistrados "poderia colocar em risco a capacidade técnica, a imparcialidade e a independência" do Poder Judiciário, disse Vega, acrescentando que os empresários estão preocupados com "seu impacto sobre a certeza e a promoção das atividades econômicas".
Sheinbaum respondeu que "de forma alguma" a reforma "representará autoritarismo ou uma concentração de poder", e que o objetivo é que o Judiciário "tenha mais autonomia". Já López Obrador argumenta que esse ramo do Estado está corroído pela corrupção.
O oficialismo está a caminho de obter a maioria legislativa necessária para aprovar as reformas constitucionais sem a necessidade de negociar com a oposição no Congresso.
(A.Nikiforov--DTZ)