Deutsche Tageszeitung - Mais otimista, FMI melhora perspectivas de crescimento global este ano

Mais otimista, FMI melhora perspectivas de crescimento global este ano


Mais otimista, FMI melhora perspectivas de crescimento global este ano
Mais otimista, FMI melhora perspectivas de crescimento global este ano / foto: © AFP

A economia global crescerá 3,2% este ano e o mesmo valor no próximo, um sinal de "resiliência extraordinária", com uma melhoria nos países desenvolvidos como os Estados Unidos e nos mercados em desenvolvimento como Índia e Brasil, previu o Fundo Monetário Internacional (FMI) nesta terça-feira (16).

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A atualização das perspectivas para a economia mundial inclui poucas alterações em relação à anterior, publicada em janeiro.

"Há certamente diferenças de uma região para outra, mas apesar das previsões pessimistas, a economia resiste e a inflação está próxima da meta", disse aos jornalistas o economista-chefe do FMI, Pierre-Olivier Gourinchas.

"O caminho tem sido acidentado" devido a problemas na cadeia de abastecimento, à guerra na Ucrânia que desencadeou uma crise energética e alimentar e a um aumento da inflação, seguido de um aumento das taxas de juros, explica o FMI.

Mas "apesar de muitas previsões sombrias, o mundo evitou a recessão", acrescenta.

E apesar das taxas altas e da inflação que varia de um país para outro (próxima da meta na Europa, baixa na China, mas ainda muito alta nos Estados Unidos), a economia mundial não vacila, graças em parte à solidez do emprego e ao consumo.

- Força dos EUA -

É o caso da maior economia do mundo, os Estados Unidos, que deve crescer 2,7% este ano, contra 2,1% previstos há três meses.

"Temos assistido a um aumento considerável tanto no emprego como na produtividade, uma forte demanda dos consumidores e do gasto público", explicou Gourinchas.

Esta tendência não se reflete nas outras economias avançadas, particularmente na zona do euro, onde o já fraco crescimento foi revisado ligeiramente em baixa para 0,8% (-0,1 ponto percentual, pp) devido à fragilidade das duas principais economias da região: Alemanha e França. A Espanha é uma das poucas exceções, com um aumento de 0,4 pp, a 1,9%.

Entre as economias em desenvolvimento, Índia e Brasil são as mais afortunadas.

A demanda interna e o aumento da população economicamente ativa colocam a Índia entre os países que mais crescem no mundo: 6,8%.

O crescimento no Brasil (2,2%, +0,5 pp face à previsão anterior) seria inferior ao de 2023, devido aos efeitos do ajuste monetário e da consolidação orçamentária em andamento, mas melhora em relação à projeção de janeiro.

Por outro lado, a economia mexicana caiu 0,3 pp para 2,4%, entre outros devido a uma contração no setor manufatureiro.

As previsões econômicas do FMI para o resto da região este ano variam consideravelmente: a Bolívia crescerá 1,6%, a Colômbia 1,1%, o Equador 0,1%, o Paraguai 3,8%, o Peru 2,5%, o Uruguai 3,7% e a Venezuela 4%. A América Central progredirá 3,9% e o Caribe 9,7%.

Para a Argentina, o órgão financeiro mantém a previsão de janeiro: o PIB registrará contração de 2,8% este ano em meio ao ajuste fiscal realizado pelo governo do presidente ultraliberal Javier Milei, na tentativa de restaurar a estabilidade macroeconômica.

A previsão para a inflação argentina é igualmente sombria. O FMI projeta que chegará a 250% este ano e cairá para quase 60% em 2025.

- Fragilidade chinesa -

As previsões para a China também não mudaram, com um crescimento de 4,6% esperado para este ano, um sinal de que a desaceleração da sua economia continua.

"As fragilidades observadas desde o ano passado são persistentes. Existem algumas preocupações devido ao baixo consumo interno e devemos esperar que a atividade se mantenha moderada durante algum tempo", sublinhou Gourinchas.

Assim como em 2023, a economia russa permanece sólida este ano, com uma expansão projetada de 3,2% (+0,6 pp em relação a janeiro), apesar das sanções internacionais. A Rússia mantém a expansão devido ao investimento público em gastos militares para financiar a guerra na Ucrânia.

O otimismo do FMI é de curto prazo. Para o futuro, as previsões globais não são animadoras.

As perspectivas estão "abaixo da média anual histórica de 3,8% entre 2000 e 2019", o que reflete "políticas monetárias restritivas e retiradas de apoio fiscal, assim como baixa produtividade subjacente", afirma o relatório conhecido como WEO (World Economic Outlook), que o FMI divulga no início das suas reuniões desta semana em Washington.

No médio prazo, na produção e no comércio, as previsões continuam as "mais baixas em décadas".

(P.Hansen--DTZ)