Deutsche Tageszeitung - Bancos dos EUA superam expectativas de lucros, preocupados com inflação

Bancos dos EUA superam expectativas de lucros, preocupados com inflação


Bancos dos EUA superam expectativas de lucros, preocupados com inflação
Bancos dos EUA superam expectativas de lucros, preocupados com inflação / foto: © AFP/Arquivos

A temporada de resultados trimestrais das empresas começou nesta sexta-feira (12) nos Estados Unidos com dados do setor bancário e de investimentos acima das previsões do mercado, embora persista a preocupação com o aumento da inflação.

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O banco JPMorgan Chase anunciou resultados melhores que os esperados pelo mercado no primeiro trimestre do ano, graças às comissões recebidas na gestão de ativos e na sua seção de banca de investimentos.

Nos primeiros três meses do ano, o JPMorgan Chase registrou um aumento de 9% no seu volume de negócios, para 41,93 bilhões de dólares (212,8 bilhões de reais), e um aumento de 6% no seu lucro líquido, para 12,42 bilhões de dólares (63 bilhões de reais), informou em um comunicado.

A cifra supera as previsões dos analistas, que esperavam respectivamente 41,69 bilhões e 12,18 bilhões de dólares (211 bilhões e 61,8 bilhões de reais). Por ação, o lucro líquido é de 4,44 dólares (22,53 reais), acima do consenso de mercado de 4,25 dólares (21,57 reais).

O seu presidente, Jamie Dimon, alertou que para o futuro o banco se mantém alerta a "um grande número de pressões inflacionárias persistentes, que poderão continuar".

- Recorde de ativos -

A gigante BlackRock, maior gestora de ativos do mundo, se beneficiou do avanço dos mercados no primeiro trimestre, o que lhe permitiu atingir um recorde no volume de ativos administrados e um aumento de 36% no seu lucro líquido.

"Vemos um potencial de crescimento significativo nos setores de infraestrutura, tecnologia, pensões e soluções de gestão de portfólio", resumiu Larry Fink, presidente do grupo, em comunicado.

Em 31 de março, a BlackRock administrava 10,5 trilhões de dólares (53,2 trilhões de reais) em ativos, 15% a mais que no ano anterior e um volume recorde.

O seu volume de negócios no primeiro trimestre do ano atingiu 4,37 bilhões de dólares (22,18 bilhões de reais) (+11,55% face ao mesmo trimestre de 2023) com lucros líquidos de 1,57 bilhão de dólares (7,9 bilhões de reais) (+35,3%). Por ação, o lucro situa-se em 10,48 dólares (53,19 reais), ante os 9,39 dólares (47,66 reais) esperados pelo mercado.

- Piores resultados, mas expectativas superadas -

O Wells Fargo teve resultados acima das expectativas do mercado no primeiro trimestre graças à sua atividade de investimento, que compensou um enfraquecimento do seu ramo varejista.

O lucro líquido foi de 4,6 bilhões de dólares (23,3 bilhões de reais) no período considerado, menos 7% do que há um ano, segundo um comunicado publicado nesta sexta-feira. Isso representa um lucro líquido de 1,20 dólar (6,09 reais) por ação, mas está acima do valor de 1,09 dólar (5,53 reais) previsto pelos analistas.

O faturamento, por sua vez, atingiu 20,8 bilhões de dólares (105,5 bilhões de reais), 0,6% melhor que no mesmo trimestre de 2023 e também acima dos 20,2 bilhões de dólares (102,5 bilhões de reais) esperados pelo mercado.

O Citigroup publicou resultados piores do que há um ano, devido em particular a um aumento significativo nas suas provisões para enfrentar os empréstimos não pagos, mas os números também ficaram acima do que os analistas previam.

O lucro líquido do trimestre foi de 3,3 bilhões de dólares (16,7 bilhões de reais), 27% menor que no mesmo período de 2023. Por ação, foi de 1,58 dólar (8 reais), muito acima do esperado pelos analistas que previam 1,23 dólar (6,24 reais).

O banco aumentou as suas reservas em 74% para enfrentar a inadimplência, particularmente de cartões de crédito, segundo o seu comunicado.

O seu volume de negócios caiu 2% para 21,1 bilhões de dólares (107,1 bilhões de reais), acima dos 20,4 bilhões de dólares (103,5 bilhões de reais) anunciados pelos analistas.

O diretor financeiro do Citigroup, Mark Mason, disse que embora "haja muitos riscos por aí", a economia global é geralmente "resiliente", com consumidores saudáveis e uma inflação que está “se movendo na direção desejada pelos bancos centrais".

De todo modo, a sua preocupação, juntamente com os riscos geopolíticos, "é com a inflação" e as taxas de juros, disse ele em uma teleconferência com jornalistas.

Na próxima semana, Goldman Sachs, Morgan Stanley e Bank of America publicarão seus resultados.

(U.Stolizkaya--DTZ)