Trump acredita que proibição do aborto no Arizona foi longe demais
O ex-presidente americano Donald Trump afirmou nesta quarta-feira (10) que o estado do Arizona foi longe demais com sua proibição do aborto baseada em uma lei do século XIX, mas defendeu o papel que desempenhou durante seu governo para impulsionar o fim do direito ao aborto nos Estados Unidos.
O candidato republicano fez novas declarações sobre esse tema controverso após um evento na cidade de Atlanta, no estado da Geórgia, quando um jornalista perguntou se ele achava que o Arizona havia ido "longe demais" ao manter uma proibição quase total do aborto. Trump concordou: "Sim, foram, e isso será corrigido", disse.
"Estou confiante de que o governador [do Partido Democrata] e todos os outros farão com que [a Suprema Corte do Arizona] volte à razão, e acredito que isso será resolvido muito rapidamente", acrescentou.
O máximo tribunal do Arizona restabeleceu esta semana uma lei contra o aborto que remonta a 1864 e proíbe a interrupção da gravidez em quase qualquer circunstância, polarizando ainda mais o tenso cenário eleitoral do país, com a eleição presidencial se aproximando.
Suas declarações vêm dois dias depois de o republicano confundir alguns setores conservadores ao publicar nas redes sociais uma mensagem sobre o assunto, na qual não mencionava a proibição nacional do aborto.
Trump tem emitido sinais contraditórios ao longo dos meses, frustrando os principais apoiadores que se opõem firmemente ao aborto, enquanto tenta evitar expressar um apoio firme às proibições mais radicais que foram rejeitadas pelos eleitores nas urnas.
Em seu vídeo publicado na segunda-feira, ele disse que o direito ao aborto deveria ser decido por cada estado.
Por outro lado, Trump, que durante seu mandato (2017-2021) nomeou três juízes conservadores para a Suprema Corte, tentou atribuir a si o mérito pela "incrível" decisão do tribunal em 2022 que encerrou quase meio século de proteção ao direito ao aborto em todo o país.
"Nós fizemos isso, e agora os estados [...] estão decidindo o que querem", afirmou. "É a vontade do povo", destacou.
Desde que a Suprema Corte deixou a cargo dos estados a possibilidade de legislar sobre a interrupção da gestação, alguns dos liderados por republicanos promulgaram proibições quase totais. Além disso, há um movimento poderoso no Partido Republicano que pressiona por uma proibição total em nível nacional.
(N.Loginovsky--DTZ)