Petroleira francesa Maurel & Prom retoma operações na Venezuela após alívio de sanções dos EUA
A petroleira francesa Maurel & Prom retomará suas atividades na Venezuela, graças à flexibilização das sanções americanas em outubro, anunciaram o grupo e o presidente da estatal Petróleos de Venezuela (PDVSA).
"Estamos felizes em poder anunciar a plena retomada de nossas operações na Venezuela", declarou Olivier de Langavant, diretor-geral da Maurel & Prom, em um comunicado à imprensa divulgado nesta quarta-feira (8).
A companhia francesa indicou que a "assinatura de uma série de acordos" permite o início imediato de suas atividades no país sul-americano.
O acordo prevê aumentar a produção no Lago de Maracaibo, outrora centro vital de exploração petrolífera do país, reduzido na atualidade a um cemitério de instalações e poços inativos, cujas avarias geram constantes vazamentos de petróleo.
"Hoje, assinamos um acordo transversal entre a PDVSA e a empresa Maurel e Prom para aumentar a produção petrolífera e de gás no Lago de Maracaibo", informou, por sua vez, Pedro Tellechea, ministro do Petróleo e presidente da PDVSA em uma mensagem na rede social X, antigo Twitter.
Segundo o texto da M&P, o acordo permitirá "relançar as atividades da PetroRegional del Lago (PRDL), empresa mista responsável pela exploração do campo Urdaneta Oeste, localizado no Lago de Maracaibo".
A M&P Iberoamérica possui uma participação de 40% na PRDL ao lado dos 60% da PDVSA, o que dá à M&P uma participação líquida de 32% no campo Urdaneta Oeste durante vários anos.
O campo de Urdaneta tem um "potencial de produção atual de 16.500 barris/dia, com o objetivo de aumentar a 25.000 barris/dia no final de 2024", segundo a M&P.
A Venezuela, que tem uma das maiores reservas de petróleo do mundo, viu sua produção cair de 3 milhões de barris por dia há dez anos para ao redor de 700.000 barris por dia devido, principalmente, a uma má gestão e à corrupção da indústria petroleira local.
Os Estados Unidos levantaram temporariamente as sanções ao petróleo, gás e ouro da Venezuela após um acordo firmado entre o governo do presidente Nicolás Maduro e a oposição em Barbados em 17 de outubro.
O Escritório de Controle de Ativos Estrangeiros (OFAC) apontou que as licenças seriam renovadas apenas se Caracas cumprisse com seus compromissos para garantir a celebração de eleições presidenciais em 2024 com transparência.
O embargo ao petróleo, atualmente flexibilizado pelos EUA, começou em abril de 2019.
(T.W.Lukyanenko--DTZ)