Brasil busca se reaproximar de Cuba na área da saúde
O Brasil enviará em breve a Cuba especialistas em saúde, no contexto de uma reaproximação, depois que Jair Bolsonaro obrigou milhares de médicos cubanos a deixar o país, informou nesta sexta-feira (28) Celso Amorim, chefe da Assessoria Especial da Presidência.
O assessor e ex-ministro das Relações Exteriores brasileiro reuniu-se hoje com o presidente Miguel Díaz-Canel para entregar uma carta enviada por Lula "como expressão da vontade de relançar e fortalecer as relações" entre os dois países, informou a presidência cubana em sua conta no X, antigo Twitter.
"Queremos fazer da relação entre Brasil e Cuba uma relação exemplar, de grande amizade, que também contribua para a paz em nossa região", disse Amorim, citado pela presidência de Cuba. Ele anunciou que especialistas do Ministério da Saúde brasileiro visitarão a ilha em breve.
A medida poderia reativar o programa Mais Médicos, que permitiu ao Brasil contratar no governo anterior de Lula e no de Dilma Rousseff mais de 8,3 mil médicos cubanos, que retornaram à ilha há mais de quatro anos, depois que Cuba se retirou do programa, no fim de 2018, devido a críticas do direitista Bolsonaro, que havia condicionado a permanência dos médicos a exames de revalidação e a que eles pudessem receber o salário integral.
Amorim antecipou, ainda, que um grupo de empresários viajará em breve a Cuba para discutir vários temas, entre eles o da agricultura. O anúncio é feito no momento em que a produção de alimentos se torna uma prioridade para a ilha, que importa 100% dos produtos da cesta básica, em meio à sua pior crise econômica em três décadas.
(W.Budayev--DTZ)