Deutsche Tageszeitung - Vice entra com pedido de recuperação judicial nos EUA

Vice entra com pedido de recuperação judicial nos EUA


Vice entra com pedido de recuperação judicial nos EUA
Vice entra com pedido de recuperação judicial nos EUA / foto: © GETTY IMAGES NORTH AMERICA/AFP

O grupo de meios de comunicação americano Vice informou nesta segunda-feira (15) que entrou com um pedido de recuperação judicial, a fim de facilitar sua venda - um anúncio que o mercado aguardava há algumas semanas.

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Um consórcio - que inclui a empresa de investimentos Fortress Investment Group, principal credora da Vice - assumirá o controle do grupo por US$ 225 milhões (R$ 1,107 bilhões), a menos que outras partes façam uma oferta maior, de acordo com o comunicado publicado nesta segunda-feira.

Conhecida por seu conteúdo pioneiro e notícias de estilo de vida, a Vice já esteve em ascensão de uma nova geração de empresas do meio digital, mas enfrentou dificuldades pela queda nas receitas de publicidade.

O Vice Media Group, avaliado em US$ 5,7 bilhões em 2017 (R$ 17,831 bilhões na cotação do mesmo ano), produz conteúdo em 25 idiomas e conta com mais de 30 escritórios ao redor do mundo.

Com acesso gratuito, o grupo depende principalmente da publicidade para gerar renda. Mas, com a deterioração da situação econômica, o mercado publicitário reduziu e passou a ser dominado pelos gigantes da tecnologia - como o Google e Facebook.

A Vice cancelou seu principal programa Vice News Tonight e demitiu 100 pessoas no final de abril.

No comunicado divulgado, o grupo garantiu que todas as suas marcas de mídia continuarão produzindo conteúdo apesar da declaração de falência.

"Esperamos concluir o processo de venda nos próximos dois a três meses e traçar um próximo capítulo de sucesso na Vice", destaca a empresa.

Fundada em 1994 como uma revista canadense, a Vice tornou-se um grupo de mídia online com sites de notícia e operações em televisão.

Assim como o BuzzFeed ou The Huffington Post, a Vice incorporou, no início dos anos 2010, uma nova geração de mídia totalmente digital, que tentava se distanciar da mídia tradicional e capturar o público jovem.

Depois de cultivar uma imagem de "bad boy" (menino malvado), o grupo de mídia ganhou notoriedade após enviar o ex-astro da NBA, Dennis Rodman, para a Coreia do Sul. Foi elogiada, também, por um documentário de cinco partes sobre o funcionamento interno do grupo Estado Islâmico.

Os meios gratuitos são mais frágeis em um contexto econômico difícil, que já provocou demissões em grandes meios de comunicação - desde a rádio pública americana NPR até o jornal The Washington Post, ou mesmo o canal CNN.

O BuzzFeed também anunciou, no final de abril, o fechamento do site BuzzFeed News, com o desligamento de 180 funcionários.

(G.Khurtin--DTZ)