Banco regional americano PacWest pode ser vendido e suas ações desmoronam
O banco regional americano PacWest sofreu uma nova queda na bolsa nesta quinta-feira (4), em um mercado que teme um novo capítulo na crise bancária.
Às 15h35 GMT (12h35 no horário de Brasília), as ações do banco caíam mais de 50% em Wall Street.
A queda na bolsa deste banco regional, com sede em Los Angeles (Califórnia), arrastava junto outros atores do setor, como o banco de Phoenix (Arizona) Western Alliance (-19%) e o KeyCorp (-8%), matriz da rede KeyBank, de Cleveland (Ohio).
Após a compra de forma urgente do First Republic pelo JPMorgan Chase na segunda-feira, o PacWest é considerado o novo elo fraco de um sistema que viu quatro bancos quebrarem desde março.
O Pacific Western ou PacWest ocupa o 53º lugar no setor nos Estados Unidos em termos de volume de ativos, com US$ 41 bilhões (cerca de R$ 205 bilhões) no final de 2022.
Todo o setor bancário sofria nesta quinta em Wall Street, desde Wells Fargo (-2,58%) e JPMorgan Chase (-1,62%) até o Bank of America (-1,78%), todos bancos gigantes que atraíram depósitos de poupadores temerosos diante das dificuldades dos bancos regionais.
- Estresse prolongado -
"Não houve calma depois da compra do First Republic", destacou Edward Moya, da Oanda. "O alvo se moveu de um banco para outro e o setor está em dificuldades", resumiu.
Na quarta-feira, após o fechamento de Wall Street, os executivos do PacWest afirmaram em comunicado que "estão examinando todas as opções estratégicas" e que foram "contatados por vários parceiros e investidores potenciais".
A mensagem buscava tranquilizar, uma vez que o PacWest indicou que não registrou retiradas excepcionais após a compra do First Republic pelo JPMorgan Chase, depois que o controle da instituição foi tomado pelas autoridades americanas para evitar a quebra após uma saída em massa de investimentos.
"Nossos recursos em dinheiro vivo e liquidez disponível ainda são sólidos", acrescentou o PacWest.
No primeiro trimestre, a instituição teve uma queda de depósitos de 17%, segundo seus resultados trimestrais divulgados na semana passada.
Desde o início da crise bancária no início de março, quatro empresas do setor fecharam ou foram adquiridas por outros bancos maiores: Silvergate Bank, Silicon Valley Bank (SVB), Signature Bank e, por último, First Republic.
"Haverá mais bancos sob estresse", garante Edward Moya. Trata-se de uma situação com a qual "teremos que lidar até o final do ano, e até mesmo além", acrescentou.
(A.Stefanowych--DTZ)