Sem direção artística, Chanel apela aos artesãos e Alexis Mabille ao erotismo de Dita Von Teese
A Chanel apresentou nesta terça-feira (25), na Ópera Garnier de Paris, uma coleção de alta-costura elaborada após a saída abrupta de sua diretora artística, Virginie Viard, ex-braço direito de Karl Lagerfeld.
Sofisticada, luxuosa e teatral, a coleção foi apresentada nos corredores que circundam a sala de concertos, forrados de veludo vermelho para a ocasião.
Uma capa medieval, um vestido noturno com mangas cavadas que se franzem nos punhos, um fato de toureiro com babador branco e um smoking de veludo marcaram presença neste desfile que não esqueceu os clássicos tweeds da casa, disponíveis em vermelho bordô e preto luminoso.
O toque “Lagerfeldiano” foi o vinil, neste desfile em que as modelos usaram um grande laço nos cabelos.
Não houve saudações no final ou notas de desfile. A coleção foi feita por 150 artesãos de moda instalados nas oficinas da Cambon Street, informou a Chanel em comunicado.
A crise era anunciada há meses: as expressões céticas na primeira fila de cada desfile de Virginie Viard tornaram-se recorrentes. A explosão veio em 2 de maio, após o desfile Cruise em Marselha, criticado por seus cortes e uma certa falta de ousadia.
Durante esses cinco anos, as vendas da Chanel, em sua maioria de propriedade da família Wertheimer, alcançaram níveis recorde, de quase 20 bilhões de dólares em 2023 (107,9 bilhões de reais), um “novo ano excepcional”, segundo a marca.
Desde que Virginie assumiu, as vendas do setor de prêt-à-porter aumentaram 23%. Mas substituir a personalidade extravagante do “kaiser” Lagerfeld se provou difícil para uma designer discreta, cujo cargo era provisório.
A discrição, porém, não foi a proposta do também francês Alexis Mabille, que, juntamente com Stéphane Rolland e Julien Fournié, faz parte de uma geração acostumada a deleitar com espetáculos sofisticados.
Mabille convidou seus fãs para se divertirem e beberem uma taça de champanhe na sala de espetáculos Lido 2.
E como fogos de artifício finais, a rainha do burlesco, a dançarina e atriz Dita Von Teese, emergindo do chão dentro de uma grande taça de champanhe.
"A ideia era nos divertir, passar o tempo, esquecer por alguns momentos tudo o que acontece ao nosso redor", explicou Mabille à AFP após o show.
"A coleção se chama Champagne porque o objetivo é o brilho, misturando cores, personalidades, como numa festa", completou.
- Pérolas de Armani -
Giorgio Armani apresentou no Palácio de Tóquio uma coleção dedicada às pérolas, sob o signo da sofisticação e do corte impecável.
Elas sobem da saia até à cintura, espalhando-se, ou aparecem em um vestido preto cósmico, como se fossem estrelas. Também compõem brincos, em tamanho exagerado.
As modelos vestem cetim ou lamê. Combinam dourado e prateado, transparências e veludo. Na cabeça, exibem boinas no estilo parisiense.
(N.Loginovsky--DTZ)