Deutsche Tageszeitung - Papa Francisco pede que as armas sejam caladas no mundo

Papa Francisco pede que as armas sejam caladas no mundo


Papa Francisco pede que as armas sejam caladas no mundo
Papa Francisco pede que as armas sejam caladas no mundo / foto: © AFP

O papa Francisco fez um apelo à paz no mundo nesta quarta-feira (25), com um pedido às pessoas para "superarem as divisões" e "calarem as armas", durante celebrações de Natal marcadas por conflitos e crises humanitárias, em particular em Gaza, na Ucrânia e no Sudão.

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Como acontece todos os anos em sua tradicional mensagem "urbi et orbi" (à cidade e ao mundo), o pontífice argentino citou os principais conflitos e focos de tensão no planeta.

"Calem-se as armas na martirizada Ucrânia! Tenha-se a audácia de abrir a porta às negociações e aos gestos de diálogo e de encontro, para alcançar uma paz justa e duradoura", afirmou o pontífice, poucas horas após a Rússia lançar mais de 70 mísseis contra o sistema de energia ucraniano no dia de Natal.

Diante de milhares de fiéis reunidos na praça de São Pedro do Vaticano, Jorge Bergoglio, 88 anos, voltou a denunciar a situação humanitária na Faixa de Gaza.

"Com os olhos postos no berço de Belém, dirijo o meu pensamento para as comunidades cristãs de Israel e da Palestina, em particular de Gaza, onde a situação humanitária é gravíssima. Haja um cessar-fogo, libertem-se os reféns e ajude-se a população esgotada por causa da fome e da guerra", disse.

Na terça-feira à noite, durante a missa do Galo, o pontífice já havia pedido um pensamento para as "crianças metralhadas", as "bombas sobre escolas e hospitais", em alusão aos bombardeios de Israel em Gaza, cuja "crueldade" denunciou há alguns dias, provocando protestos da diplomacia israelense.

Francisco também fez um apelo para facilitar o acesso da população civil do Sudão à ajuda humanitária, país devastado por 20 meses de guerra, onde a fome que afeta milhões de deslocados pode se tornar ainda mais grave, segundo a ONU.

Dezenas de milhares de pessoas morreram no conflito e 12 milhões de sudaneses se viram forçados ao deslocamento, o que provocou a maior crise de deslocações do mundo, também de acordo com a ONU.

O pontífice, que citou 18 países, também recordou o Haiti, a Venezuela, a Colômbia e a Nicarágua, entre outros. Ele pediu para que os países do continente americano, "na verdade e na justiça, encontrem o quanto antes soluções eficientes, para promover a harmonia social".

Sem mencionar os Estados Unidos, onde o presidente eleito Donald Trump ameaça expulsar milhões de migrantes, Francisco declarou esperar que o "Jubileu seja uma oportunidade para derrubar todos os muros de separação: os ideológicos, que tantas vezes marcam a vida política, e os físicos".

O papa renovou seu pedido a favor do cancelamento da dívida dos países mais pobres por ocasião do Jubileu 2025, o "Ano Santo" da Igreja Católica, que ele abriu na terça-feira, um evento organizado a cada 25 anos e para o qual são esperados mais de 30 milhões de peregrinos em Roma.

(I.Beryonev--DTZ)