Deutsche Tageszeitung - Defesa de Trump espera desferir golpe na credibilidade de Cohen

Defesa de Trump espera desferir golpe na credibilidade de Cohen


Defesa de Trump espera desferir golpe na credibilidade de Cohen
Defesa de Trump espera desferir golpe na credibilidade de Cohen / foto: © AFP/Arquivos

A defesa de Donald Trump espera desferir nesta quinta-feira (16) um golpe definitivo na credibilidade de Michael Cohen, a testemunha-chave do julgamento criminal do ex-presidente, acusado de encobrir fraudulentamente um caso com uma ex-atriz pornô, para que este episódio não prejudicasse a sua primeira candidatura presidencial.

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Os advogados de Trump tentam impedir que os jurados acreditem na versão de que Cohen violou a lei a mando do magnata.

Desde o início, a equipe de defesa tentou retratar Cohen como um ex-funcionário descontente em busca de vingança.

Trump, o primeiro ex-presidente dos EUA a ser processado na justiça criminal, reclama de que sua atual campanha para tentar retornar à Casa Branca está sendo prejudicada pelo julgamento.

O republicano tenta politizar cada vez mais o caso, que classifica como “interferência eleitoral” e “caça às bruxas".

Trump é acusado de 34 crimes de falsificação de registros contábeis para disfarçar e fazer passar como despesas legais o pagamento de 130 mil dólares (R$ 668 mil na cotação atual) à ex-atriz pornô Stormy Daniels na reta final das eleições de 2016, nas quais derrotou Hillary Clinton.

O advogado de Trump, Todd Blanche, continuou nesta quinta-feira com o interrogatório de Cohen, que era o homem de confiança do magnata.

Depois de um início agressivo, sua linha de questionamento pareceu entediar alguns jurados, que não conseguiram conter os bocejos ao final da sessão de terça-feira.

Nesta quinta-feira, Blanche parecia ter dificuldade em encontrar uma linha de interrogatório contundente, esmagado pelas constantes objeções do promotor.

Cohen, 57 anos, conhecido por ter um temperamento explosivo que poderia prejudicá-lo no depoimento – seu testemunho durante o caso de fraude civil de Trump no ano passado foi caótico – tem sido contido até o momento ao responder às perguntas da defesa de Trump.

Seu relato se alinhou em geral com o de duas outras testemunhas importantes: Stormy Daniels, que afirma ter recebido o dinheiro, e David Pecker, ex-editor de imprensa que disse ter trabalhado com Trump e Cohen para suprimir a cobertura negativa durante a primeira campanha do republicano e comprar o silêncio de outros denunciantes.

- Trump vai depor? -

A defesa tem sido ambígua sobre a possibilidade de Trump depor.

O empresário é famoso por se considerar seu melhor defensor, mas analistas acreditam que um testemunho pode ser negativo.

Quando a deliberação começar, semanas de depoimentos muitas vezes obscenos poderão permanecer nas mentes dos jurados, mas eles também terão pilhas de documentos para examinar.

Os personagens tornam o caso complexo, mas o júri terá de decidir por unanimidade se o magnata ordenou a falsificação de documentos e se o fez com a intenção de influenciar a votação presidencial de 2016.

Os promotores detalharam meticulosamente nesta semana os supostos crimes, detalhando a Cohen e ao júri a emissão de 11 cheques – a maioria assinada por Trump – em troca de faturas que o ex-advogado do republicano disse terem sido falsificadas para ocultar o reembolso do dinheiro pago secretamente a Daniels.

Cohen disse que fez os pagamentos "para garantir que a história não viria à tona, não afetaria as chances do Sr. Trump de se tornar presidente dos Estados Unidos" e o fez "em nome do Sr. Trump".

O ex-advogado de Trump passou 13 meses na prisão e mais um ano e meio em prisão domiciliar depois de se declarar culpado em 2018 por mentir ao Congresso e cometer crimes financeiros e eleitorais neste caso.

Durante o interrogatório, Cohen disse que Trump o tranquilizou depois que agentes do FBI invadiram seu quarto de hotel e seu escritório em abril de 2018 em busca de provas.

“Não se preocupe, tudo vai ficar bem, eu sou o presidente dos Estados Unidos”, teria dito Trump. “Fiquei calmo porque tinha o presidente dos Estados Unidos me protegendo”, acrescentou Cohen.

(M.Dorokhin--DTZ)