Deutsche Tageszeitung - 'Nossas jogadoras deram uma lição ao mundo', diz chefe de governo espanhol

'Nossas jogadoras deram uma lição ao mundo', diz chefe de governo espanhol


'Nossas jogadoras deram uma lição ao mundo', diz chefe de governo espanhol
'Nossas jogadoras deram uma lição ao mundo', diz chefe de governo espanhol / foto: © AFP

O primeiro-ministro espanhol, Pedro Sánchez, afirmou, neste sábado (2), que as jogadoras espanholas deram "uma lição ao mundo" com sua atitude após o beijo forçado e a recusa a renunciar do presidente da Federação Espanhola, Luis Rubiales, atualmente suspenso.

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"Nossas jogadoras ganharam duas vezes: uma no campo e depois dando uma lição ao mundo de igualdade entre homens e mulheres", afirmou o socialista Pedro Sánchez em um discurso em Málaga, elogiando a decisão das 23 campeãs do mundo de não voltar a vestir a camisa da seleção nacional se não houver mudanças na direção da Real Federação Espanhola de Futebol (RFEF).

Durante a cerimônia de entrega das medalhas após a final da Copa do Mundo feminina, na qual a Espanha venceu a Inglaterra por 1-0 em 20 de agosto, o presidente da RFEF beijou Jenni Hermoso na boca, o que provocou surpresa e indignação internacional.

"A Espanha é um país feminista", explicou Pedro Sánchez. Ele citou "mulheres que decidiram não voltar a se submeter. Nunca mais. Acabou", em alusão ao lema gritado nas manifestações de apoio a Jenni Hermoso.

Questionado se a postura de Rubiales "teria causado danos à imagem da Espanha no exterior", o chefe de Governo respondeu "não".

"Eu acredito que a marca Espanha é a reação exemplar das jogadoras da seleção espanhola de futebol e a reação espetacular da sociedade espanhola que disse junto delas 'acabou', e esse acabou é com todas as consequências, inclusive para os dirigentes", afirmou.

Algumas horas após seu discurso em uma assembleia da RFEF na qual Luis Rubiales afirmou que não renunciaria e disse que o beijo havia sido consentido, as 23 campeãs do mundo, ao lado de dezenas de outras jogadoras, divulgaram um comunicado em que informaram que se recusariam a voltar à seleção se não houver mudanças na direção da entidade.

- De la Fuente pede desculpas -

Este discurso em 25 de agosto foi aplaudido por grande parte da plateia, incluindo os treinadores da seleção masculina e feminina, que posteriormente criticaram a atitude de Rubiales em comunicados em separado. Apesar da mudança de postura, a imagem dos dois técnicos continua manchada.

"Recebemos duras críticas (por aplaudir o discurso) que são totalmente merecidas, lamento, compreendo e peço perdão por isso", afirmou o treinador da seleção masculina de futebol espanhola, Luis de La Fuente, durante uma coletiva de imprensa na sexta-feira.

Rubiales está inabilitado temporariamente após ser suspenso pela Fifa por 90 dias "de toda atividade relacionada ao futebol em nível nacional e internacional", enquanto "correm os trâmites do processo disciplinar" contra ele.

Na Espanha, o Tribunal Administrativo do Esporte (TAD) também abriu um processo disciplinar contra o dirigente, mas ao iniciar o procedimento por faltas graves e não muito graves, a legislação vigente impede que o governo, por meio do Conselho Superior de Esportes (CSD), possa suspender Rubiales.

Diante dessa situação, o CSD dirigiu-se ao TAD para que seja este a tomar a iniciativa de suspender temporariamente Rubiales, enquanto avalia o mérito da denúncia.

O CSD considera que "seu comportamento durante e depois da final do Mundial feminino de futebol afeta a imagem do futebol espanhol e da Espanha", ao mesmo tempo em que recorda que a Espanha integra a candidatura para organizar a Copa do Mundo de 2030 ao lado de Portugal e Marrocos.

Na noite de sexta-feira, Rubiales emitiu um comunicado no jornal El Mundo, assegurando ser vítima de um "linchamento político e midiático sem precedentes".

"Vou seguir me defendendo para mostrar a verdade", acrescentou.

(P.Vasilyevsky--DTZ)