Os subúrbios da França, em números
A morte de Nahel, de 17 anos, baleado por um policial, e os tumultos que se seguiram em toda a França voltaram a colocar os subúrbios franceses no centro das atenções e, em especial, os chamados "bairros prioritários".
Confira abaixo dez números importantes sobre estes bairros carentes:
- 5,2 milhões -
Na França, 5,2 milhões de pessoas vivem em bairros pobres, o que equivale a 8% da população, segundo dados do Instituto Nacional de Estatística (Insee) de 2023.
Em 2014, o Estado identificou 1.514 localidades carentes como “Bairros Prioritários para a Política Municipal”. Trata-se, principalmente, de grandes construções de blocos situadas nas periferias das grandes cidades, antigas zonas industriais, ou bairros periféricos de cidades médias e pequenas.
- 23,6% -
Nesse tipo de bairro no território metropolitano da França (as regiões que ficam na Europa), 23,6% dos moradores não nasceram no país, ante 10,3% em outras áreas, segundo dados do Insee de 2021.
Em Seine-Saint-Denis, departamento localizado na periferia de Paris onde ficam muitas dessas comunidades, a taxa de pessoas nascidas fora da França é de 30,9%, estimou o Insee em 2020.
- 20 -
Um jovem percebido como árabe, ou pessoa negra, tem 20 vezes mais chances de ser parado pela polícia, segundo relatório de 2017 do Defensor dos Direitos.
- 13.770 euros -
A renda média disponível é de 13.770 euros por ano (US$ 15.030) por família, contra um nível de 21.730 euros nas cidades vizinhas, de acordo com as estatísticas de 2020.
- 56,9% -
Mais da metade das crianças desses bairros vive na pobreza, que atinge 56,9% dos menores, em comparação com um nível de 21,2% no restante da França metropolitana, segundo o Insee.
A taxa de pobreza é três vezes maior do que no resto da França, e 43,3% das pessoas que vivem nesses distritos vivem abaixo da linha da pobreza, em comparação com 14,5% da população em geral.
- 18,6% -
A taxa de desemprego nesses bairros é de 18,6% em comparação com um nível de 8% na França, segundo dados oficiais de 2020.
- 48% -
Na eleição presidencial de 2017, 48% dos adultos residentes nesses bairros se abstiveram, ou não estavam inscritos nas listas eleitorais, conforme estudo do Instituto Montaigne de 2020. No restante do país, essa proporção é de 29%.
- 12 bilhões de euros -
Cerca de 12 bilhões de euros (13,09 bilhões de dólares) foram investidos entre 2004 e 2020 nestes bairros pela Agência Nacional de Renovação Urbana (ANRU).
Em 600 bairros, grandes torres de prédios em ruínas foram demolidas e substituídas por moradias com menos andares e outra concepção urbana.
Até 2030, o governo planeja investir mais 12 bilhões de euros.
(U.Kabuchyn--DTZ)