Deutsche Tageszeitung - Prefeito venezuelano é detido após chamar mural de crianças autistas de 'horrível'

Prefeito venezuelano é detido após chamar mural de crianças autistas de 'horrível'


Prefeito venezuelano é detido após chamar mural de crianças autistas de 'horrível'
Prefeito venezuelano é detido após chamar mural de crianças autistas de 'horrível' / foto: © Venezuelan Ministry of Popular Power for Communication (MINCI)/AFP

Um prefeito venezuelano foi preso nesta quinta-feira (4) por acusações de crimes de ódio depois de chamar um mural pintado por crianças autistas de "horrível", disse o procurador-geral da Venezuela, Tarek William Saab.

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Ernesto Paraqueima, prefeito da cidade de El Tigre (estado de Anzoátegui, leste) foi preso por "promoção e incitação" ao ódio com o agravante de violar a Lei de Proteção de Crianças e Adolescentes e outro contra a discriminação de crianças com transtorno do espectro do autismo, explicou Saab em um comunicado à imprensa.

O mural é uma paisagem de montanhas com um céu azul ao fundo e um arco-íris com pombas brancas.

"Quem pintou isso? É tão horrível. Me dizem que foram as pessoas das crianças com (síndrome de) Asperger. Foram as crianças? Com o que pintaram? Com os pés? (...) Que coisa horrível, é assustador!", disse o prefeito em um áudio que viralizou nas redes sociais.

Mais cedo, Saab recebeu uma comissão do Parlamento, de maioria chavista, que pedia que prendesse e investigasse o prefeito.

Paraqueima, que não pertence ao chavismo ou à oposição tradicional, é prefeito desde novembro de 2021 e já havia ocupado o cargo entre 2004 e 2008.

No Instagram, antes de sua prisão, Paraqueima afirmou que o áudio tinha um mês e meio e que foi "manipulado para tentar tirar do contexto algumas coisas que não eram para serem ditas".

"Minha intenção nunca foi ofender crianças com condições especiais", escreveu em outro post. "Eu sempre disse que são pessoas superinteligentes."

Já no passado, o prefeito fez várias declarações polêmicas e depreciativas contra mulheres e moradores de rua.

Sociólogo de profissão, Paraqueima também é investigado por "ameaças" a comerciantes e por assédio a uma mulher a quem teria enviado mensagens com "obscenidades, vulgaridades e difamações", explicou Saab.

(I.Beryonev--DTZ)