Deutsche Tageszeitung - Governo descarta volta do horário de verão, apesar da seca

Governo descarta volta do horário de verão, apesar da seca


Governo descarta volta do horário de verão, apesar da seca
Governo descarta volta do horário de verão, apesar da seca / foto: © TV BRASIL/AFP

"Chegamos à conclusão de que não há necessidade de decretação do horário de verão para esse período", disse o ministro de Minas e Energia, Alexandre Silveira, em uma coletiva de imprensa.

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O governo do presidente Luiz Inácio Lula da Silva informou em setembro que avaliava adiantar os relógios, preocupado com a pior seca desde que começaram os registros, nos anos 1950, e a onda de incêndios criminosos, que juntas poderiam comprometer a operação das usinas hidrelétricas.

Mas Silveira afirmou que o Brasil tem sua "segurança energética assegurada" e apontou para o "início de um processo de restabelecimento, embora ainda muito modesto", da matriz hídrica.

Segundo o ministro, os estudos não indicaram uma economia significativa de energia com o horário de verão, que busca conter o pico de consumo elétrico entre o final da tarde e o início da noite, quando as energias solar e eólica, que sustentam a vasta rede hidrelétrica, diminuem.

Na prática, a medida consiste em adiantar uma hora o relógio entre outubro ou novembro e fevereiro.

De acordo com Silveira, o "pico" de custo-benefício ocorre até meados de dezembro, mas este ano o governo só poderia implementá-lo a partir de meados de novembro, para dar oportunidade aos setores econômicos de se adaptarem.

"O custo-benefício seria muito pequeno", afirmou o ministro, que apontou que o assunto será considerado novamente em 2025 e em "todos os anos subsequentes, em especial no momento em que nós vivemos de efeitos de mudança climática severa no Brasil e no mundo".

O horário de verão foi instaurado no Brasil em 1931, mas acabou suspenso em 2019, durante o governo do ex-presidente Jair Bolsonaro, que argumentou que seus benefícios não eram consideráveis e que a medida era impopular.

Segundo a pesquisa Datafolha, 47% dos brasileiros se declararam a favor de adiantar o relógio — o nível mais baixo desde que começou a medição, em 2017 — e a mesma proporção é contra, enquanto 6% se dizem indiferentes.

Silveira enfatizou que a medida tem "reflexos" positivos e negativos no setor elétrico e na economia do país.

(V.Sørensen--DTZ)

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