Deutsche Tageszeitung - América Latina terá que investir para manter participação no mercado global de lítio (Cepal)

América Latina terá que investir para manter participação no mercado global de lítio (Cepal)


América Latina terá que investir para manter participação no mercado global de lítio (Cepal)
América Latina terá que investir para manter participação no mercado global de lítio (Cepal) / foto: © AFP

A América Latina, dona das maiores reservas de lítio do mundo, terá que investir e apostar na tecnologia se quiser manter sua participação de mercado na corrida pela exploração deste metal, vital na transição para a mobilidade elétrica, observou a Comissão Econômica para a América Latina e o Caribe (Cepal) nesta quinta-feira (6).

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O "ouro branco" produzido na região passará de 37% do consumo mundial em 2021 para 32% em 2030 devido à incorporação de novos países produtores, como Estados Unidos, Canadá e Zimbábue, e ao aumento dos volumes extraídos, segundo a Cepal.

A região apresenta "um panorama promissor em termos de novos projetos" de mineração do lítio, mas "sua participação de mercado pode cair em termos relativos até 2030", apontou o titular da Cepal, José Manuel Salazar-Xirinachs. A América Latina deve desenhar uma estratégia para "manter esta participação no mercado, ou mesmo ampliá-la", por meio de ações nas áreas de investimento, desenvolvimento tecnológico e melhorias na governança, disse o funcionário, ao apresentar hoje o primeiro relatório regional sobre o mercado do lítio.

Segundo o estudo, os três países que formam o chamado triângulo do lítio - Chile, Bolívia e Argentina - possuem 56% do total mundial do "ouro branco". Esta porcentagem sobe para 60% se considerados outros países da América Latina, como Brasil, Peru e México. O metal experimentou uma demanda voraz nos últimos anos, o que fez seu preço disparar 400% em 2022.

Segundo o secretário-executivo da Cepal, os países que possuem lítio estão diante de uma janela de oportunidade que pode durar "duas ou três décadas", mas aproveitá-la "significa implementar uma agenda política de desenvolvimento produtivo".

A demanda pelo metal irá se multiplicar na próxima década, sendo esta, portanto, “uma oportunidade de aumentar a extração, o refino, as exportações, criar empregos, gerar receitas fiscais e desenvolver uma indústria com cadeias produtivas”, ressaltou o secretário.

A produção mundial de lítio se concentra em quatro países: Austrália, Chile, China e Argentina, que despejaram no mercado em 2021 96% do metal consumido.

(M.Dylatov--DTZ)

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